A Polícia Federal notificou o Supremo Tribunal Federal sobre a ausência
de registros, pelas autoridades dos Estados Unidos, de apresentação de
certificados de vacinação contra a Covid-19 por parte do ex-presidente Jair
Bolsonaro (PL) e seus aliados. Esta revelação faz parte de um procedimento
investigatório mais amplo, que ao longo de 2021 a 2023 analisa supostas fraudes
no sistema do Ministério da Saúde brasileiro.
O caso ganhou destaque após a divulgação de um relatório em março deste
ano, indicando Bolsonaro e associados por crimes de associação criminosa e
falsificação de dados em sistemas públicos. De acordo com a PF, Bolsonaro teria
instruído a falsificação de informações de vacinação não apenas para ele, mas
também para sua família, intensificando as suspeitas sobre suas reais posições
quanto à vacinação.
Entenda o Papel da Polícia Federal na Investigação
A continuada apuração liderada pela Polícia Federal compreende a
solicitação de uma cooperação jurídica internacional com o Departamento de Justiça
dos Estados Unidos. Esse movimento busca decifrar e confirmar se houve
apresentação de certificados de vacinação por Bolsonaro e sua comitiva durante
sua entrada, estada e saída dos EUA.
Como os Estados Unidos Respondem ao Pedido da Polícia Federal?
Em resposta, o DOJ americano, por meio do U.S. Customs and Border Protection,
sinalizou a inexistência de quaisquer registros que comprovem a entrega de
certificados de vacinação por parte dos investigados. Essa ausência de
documentação levanta mais questionamentos quanto à conduta e declarações
passadas do ex-presidente e seu grupo cercado de controversas.
Vacinação contra a Covid-19: Bolsonaro
Manipulou Informações?
O inquérito da PF destaca que Bolsonaro, ao saber que seu ajudante
conseguiu cartões falsificados de vacinação, exigiu que fossem feitas
alterações nos registros para ele e sua filha, Laura Bolsonaro. Essas
movimentações ocorreram em dezembro de 2022, o mesmo mês em que o ex-presidente
realizou uma viagem aos Estados Unidos.
Em meio à controvérsia, a delação do tenente-coronel do Exército Mauro
Cid traz à luz as supostas ordens diretas de Bolsonaro para a realização dessas
falsificações. A seriedade das acusações se reforça com a entrega física dos
documentos adulterados ao ex-presidente, como afirmou Cid em seu depoimento à
PF.
Diante das controvérsias, a posição de Bolsonaro é de negação. Ele
afirma nunca ter solicitado a emissão de certificados com dados falsificados e
reitera sua postura de nunca ter sido vacinado contra a doença. As
investigações seguem em ritmo intenso, à medida que novas provas podem surgir e
influenciar tanto o cenário político quanto judicial brasileiro no contexto da
pandemia de Covid-19.
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