O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) criticou veementemente a
aprovação do Projeto de Lei Complementar (PLP) 68/2024, que regulamenta o
Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e a Contribuição sobre Bens e Serviços
(CBS) na reforma tributária. Em um artigo publicado no portal Gazeta do Povo,
ele lamentou que "a picanha tenha virado pé de galinha e a cerveja será mais
taxada".
Ferreira expressou sua preocupação com o aumento de impostos para os
brasileiros, destacando que o atual governo está aumentando suas despesas e
deixando as contas públicas no vermelho, o que inevitavelmente será suportado
pela população. Ele criticou também a priorização do governo em cortar
benefícios sociais em vez de reduzir despesas.
A referência de Ferreira ao "pé de galinha" vem das declarações do
presidente Lula (PT), que recentemente comentou sobre as diferenças entre
cortes de carne consumidos por diferentes camadas da sociedade. Lula mencionou
que é necessário mediar a tributação desses produtos, protegendo o consumo
popular, mas sem isentar completamente todos os tipos de carne.
Essas discussões ganharam relevância novamente após a aprovação do texto
principal da reforma tributária pela Câmara dos Deputados, incluindo uma emenda
do Partido Liberal (PL) que estabelece alíquota zero para as proteínas animais.
Apesar das tentativas do Ministério da Fazenda de barrar essa proposta, ela
acabou sendo aprovada.
Agora, o debate sobre o preço da carne e seus impactos econômicos volta
à tona, com análises indicando um aumento no custo da picanha nos últimos anos,
afetando diretamente o poder de compra dos consumidores. O Instituto de
Economia Agrícola (IEA) revelou que o preço médio do quilo da picanha subiu
2,45% no primeiro semestre deste ano, alcançando R$ 71.
Essas variações de preço têm sido um ponto sensível para os brasileiros,
especialmente em contextos de mudanças tributárias e econômicas. A promessa de
Lula durante a campanha de 2022 de que os brasileiros voltariam a consumir
picanha e cerveja mais acessíveis parece agora distante diante das realidades
econômicas atuais.
Em resumo, a crítica de Nikolas Ferreira reflete as preocupações de
muitos brasileiros sobre os rumos da economia e a incidência de novos impostos
sobre produtos básicos. O debate sobre a reforma tributária continua
polarizado, com diferentes interesses econômicos e sociais em jogo, enquanto o
impacto direto no bolso dos consumidores permanece uma preocupação central.
PREÇO MÉDIO DA PICANHA FICOU MAIS CARO
O preço médio do quilo da picanha subiu 2,45% no primeiro semestre deste ano e
atingiu a marca de R$ 71. O dado é de um levantamento do Instituto de Economia
Agrícola (IEA) que foi divulgado pelo site Poder360 nesta segunda-feira (15).
De acordo com o levantamento, o valor do quilo do corte em 2023 era de
R$ 69,30, o que significa que o salário mínimo vigente durante a maior parte do
ano passado – de R$ 1.320 – permitia que os brasileiros adquirissem 19,1 quilos
de picanha. No primeiro semestre deste ano, esse número teve uma leve alta e
chegou a 19,9 quilos.
O melhor resultado da série histórica do IEA, no entanto, foi em 2019, o
primeiro ano do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ainda sem o
impacto da pandemia na economia, os brasileiros poderiam adquirir cerca de 23
quilos de picanha em uma época em que o salário mínimo estava em R$ 998 e o
preço do corte da carne era de R$ 43,50.
REFORMA TRIBUTÃRIA E A CARNE
As discussões sobre o preço da carne voltaram a acontecer nos últimos dias após
a Câmara dos Deputados aprovar o principal texto de regulamentação da reforma
tributária do consumo. Durante as deliberações, foi aprovado um destaque do
Partido Liberal (PL) que determinou alíquota zero para as proteínas animais.
Após a votação, deputados de esquerda e ligados ao governo tentaram
enaltecer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela isenção do imposto
da carne. No entanto, o que foi ocultado é que o próprio Ministério da Fazenda
tentou barrar essa proposta, mas acabou não conseguindo.
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