Foto: Reprodução/Ricardo Stuckert/PR.
Uma pesquisa Datafolha revelou que
sete em cada dez gaúchos acreditam que as devastadoras enchentes ocorridas nos
últimos dois meses no Rio Grande do Sul poderiam ter sido evitadas. O
levantamento, que entrevistou 567 moradores do estado, aponta para uma
responsabilização ampla que inclui os governos municipal, estadual, federal,
parlamentares e até a própria população. As informações são da Folha de S.
Paulo.
Os resultados indicam que 75% dos
gaúchos consideram que a destruição causada pelas enchentes era evitável. Essa
percepção é especialmente forte na região metropolitana de Porto Alegre, onde
81% dos entrevistados compartilham dessa opinião, comparado a 67% no interior
do estado.
Segundo especialistas, a falha nos
sistemas de diques e contenção, evidenciada pela erosão estrutural e falta de
manutenção preventiva ao longo dos anos, contribuiu significativamente para os
danos. O engenheiro André Luiz Lopes da Silveira, ex-diretor do Instituto de
Pesquisas Hidráulicas da UFRGS, destacou a importância de protocolos rigorosos
de inspeção e manutenção para evitar problemas como a ocupação irregular de
áreas críticas.
A responsabilidade pelo desastre é
amplamente distribuída entre as esferas de governo e a população. No estado
como um todo, 85% dos gaúchos atribuem culpa às prefeituras locais, enquanto
84% responsabilizam a própria população. O governo do Rio Grande do Sul é
citado por 83% dos entrevistados, e o governo federal por 80%.
Os moradores da região metropolitana
são ainda mais críticos em relação aos governos e à população em geral,
refletindo um sentimento de insatisfação com as medidas preventivas e de
socorro adotadas durante a crise. Em contraste, a avaliação dos mandatários
durante a crise apresentou resultados mistos: o governador Eduardo Leite e os
prefeitos foram avaliados de forma equilibrada, enquanto o presidente Lula
recebeu críticas mais contundentes por sua atuação no socorro às vítimas.
Esses dados refletem não apenas a
magnitude do impacto das enchentes, mas também o descontentamento generalizado
com a gestão pública e a infraestrutura de prevenção de desastres no estado do
Rio Grande do Sul. A pesquisa reforça a necessidade urgente de investimentos em
infraestrutura e políticas públicas eficazes para mitigar os efeitos de eventos
climáticos extremos no futuro.
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