Presidente argentino declara "guerra" ao próprio Estado em entrevista
Em uma entrevista concedida ao The Free Press na última quinta-feira (6), o
presidente argentino, Javier Milei, expressou seu descontentamento com o
Estado. Ele afirmou que adora ser "a toupeira" dentro da estrutura e está
disposto a tolerar "mentiras, calúnias e insultos" para alcançar sua meta de
demolir o sistema internamente.
"Eu amo, amo ser a toupeira dentro do Estado. Eu sou aquele que destrói
o Estado por dentro. É como estar infiltrado nas fileiras inimigas", respondeu
ao ser perguntado se gosta de ser "a doninha no jardim", em uma entrevista na
semana passada como parte de sua visita a Palo Alto, na Califórnia, nos Estados
Unidos.
"A reforma do Estado tem de ser
feita por alguém que odeia o Estado, e eu odeio tanto o Estado que estou
disposto a suportar todos os tipos de mentiras, calúnias e insultos, tanto
sobre mim quanto sobre meus entes queridos, que são minha irmã, meus cachorros
e meus pais, a fim de destruir o Estado", acrescentou.
O líder argentino enfatizou a árdua batalha que está enfrentando contra
a "batalha cultural", que ele acredita ter sido dominada pelo socialismo por
décadas, mas que está sendo gradualmente retomada pelos libertários.
"Não estamos travando essa batalha apenas no nível econômico e político,
não abandonamos a batalha cultural e tudo isso gerará uma situação em que a
Argentina voltará a crescer com muita força", analisou.
Ele enfatizou que, após assumir a presidência em dezembro do ano
passado, sua reputação está "mais alta" e a aceitação de seu governo
"melhorou". Ele chegou a afirmar que, se as eleições fossem realizadas no país
agora, ele obteria 60% dos votos.
"O mais importante é que isso significa uma mudança de época. As pessoas
interpretaram e assimilaram que todos os atalhos do populismo e do socialismo
não funcionam, e isso é um elemento para sermos muito otimistas", declarou.
Milei também discutiu as tentativas de seu governo em "reverter cem anos
de história", uma postura apoiada pelo "justicialismo" e pelas concepções
"peronistas" que, segundo ele, conduziram a nação à iminência de um colapso.
"Essa ideia repugnante e abominável de "justiça social" na verdade vai
contra o capital humano, porque se você estudar, trabalhar, se esforçar e se
sair bem, o Estado virá e roubará seu dinheiro e o dará a pessoas que não
fizeram nada. E esse é um mecanismo para expulsar talentos", opinou.
O chefe de estado se autodefiniu como um anarcocapitalista, vendo o
Estado como "uma organização criminosa".
"Se você não paga seus impostos, você vai para a cadeia. Isso é
violência institucionalizada. Isso é algo que os anarcocapitalistas e
libertários entendem: que o Estado é uma organização violenta que vive de uma
fonte coercitiva, que são os impostos. Os impostos não são uma coisa amigável.
De fato, eles são os remanescentes da escravidão", afirmou o líder argentino.
(Com Agência EFE)
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