Com o ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo
Pimenta, deslocado para chefiar a pasta de Apoio à Reconstrução do governo
federal no Rio Grande do Sul, o PT solidifica sua presença no estado meses
antes das eleições municipais deste ano, agendadas para outubro.
Apesar de ter governado o Rio Grande do Sul na história recente, o PT
perdeu terreno no estado. Nas eleições presidenciais de 2022, o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) obteve 43,65% dos votos, enquanto Jair Bolsonaro (PL)
recebeu 56,35%. E o partido de Lula não conseguiu colocar um candidato no
segundo turno da disputa pelo governo.
Na eleição local, os gaúchos decidiram no segundo turno entre Eduardo
Leite (PSDB) e Onyx Lorenzoni (PL), duas candidaturas de direita. Mas nome do
PT, Edegar Pretto, quase chegou à segunda rodada, já que no primeiro turno ele
recebeu 26,77% dos votos, enquanto Leite teve 26,81% e Onyx, 37,5%.
Pimenta é natural de Santa Maria e, mesmo nos dias antes de ser nomeado
oficialmente, já transitava bem entre os prefeitos e demais políticos gaúchos.
Com o novo cargo, o ministro tem ganhador maior visibilidade na região.
As reuniões, até agora, têm sido principalmente com prefeitos de
oposição, como Sebastião Melo (MDB), de Porto Alegre, e Luiz Zaffalon (PSDB),
de Gravataí.
À coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles, Pimenta disse ter priorizado
conversar com "os prefeitos das cidades mais atingidas, que têm o maior número
de pessoas abrigadas, para discutir um plano emergencial".
De olho em 2026
A escolha de Pimenta para representar o governo federal durante a crise no
estado provocou críticas de políticos do PSDB, partido de Leite. O deputado
federal Aécio Neves, cacique tucano, acusou a indicação do ministro como uma
forma de politizar a situação.
Uma preocupação dos tucanos é a possibilidade de Pimenta sair candidato
para o governo estadual em 2026. No entanto, Pimenta reafirmou ter planos de
retomar os trabalhos na Secom quando acabar a demanda no Rio Grande do Sul.
A ideia do ministro é encerrar o trabalho da secretaria extraordinária
de Apoio à Reconstrução em, no máximo, seis meses. Nesse tempo, a Secom está
sob chefia interina de Laércio Portela.
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