A deputada estadual Renata Souza (PSOL), da Assembleia Legislativa do
Rio de Janeiro (Alerj), criticou na última quinta-feira (16) ações policiais no
estado e chamou traficantes de "varejistas de drogas". A declaração ocorreu
enquanto ela falava sobre a morte da modelo Kathlen Romeu, que faleceu em 2021
no Complexo do Lins, na Zona Norte da capital fluminense, após ser atingida por
um tiro de fuzil no peito.
Em seu discurso, a psolista criticou uma estratégia chamada "Troia",
que, segundo ela, é utilizada pela polícia durante operações em favelas. A
medida, segundo Renata, consiste em utilizar policiais escondidos casa de
moradores para tentar surpreender traficantes, que ela chamou, porém, de
"varejistas de drogas".
– O assassinato de Kathlen Romeu vem também diante de uma situação
gravíssima, de aumento daquela estrutura que na favela e na periferia as
pessoas ouvem falar, a Troia. Ou seja, a utilização de uma estratégia que não
está legalizada no âmbito das ações policiais, mas que é feita rotineiramente
dentro da favela: os agentes da segurança pública se escondem na casa de
moradores para tentar surpreender varejistas de drogas – disse.
Na época da morte de Kathlen, a Polícia Militar afirmou que agentes da
Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Complexo do Lins teriam reagido a um
ataque de criminosos da região, num local conhecido como Beco da 14. Em razão
do ocorrido, porém, dois policiais militares viraram réus por homicídio, quatro
passaram a responder por fraude processual e falso testemunho, e um, por fraude
processual omissiva.
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