*Por
Guilherme Mauri
O conceito de superproximidade que
nasceu junto aos mercadinhos dentro de condomínios residenciais chamou a
atenção dos grandes players do setor varejista pelo país, visto que,
diariamente, investem no formato pelas ruas das grandes metrópoles brasileiras.
De acordo com um levantamento realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às
Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), os conhecidos mercados de vizinhança são
responsáveis por 35% do volume de vendas do setor de varejo de autosserviço.
Esse dado é reforçado quando olhamos para as informações disponibilizadas pela
Associação Brasileira de Supermercados (Abras), que contabiliza mais de 15 mil
lojas da modalidade no país.
Toda essa visibilidade para o setor
não é à toa, os mercados de superproximidade que começaram como uma tendência,
seja pelo pequeno ou grande negócio, hoje são febre em diversos pontos. Com uma
oferta de produtos que atende o consumidor, perto de casa, do trabalho, da
faculdade ou até mesmo na mesma quadra - caso dos minimercados em condomínios,
este tipo de estabelecimento caiu na graça dos clientes.
Isso porque essa modalidade funciona
com a operação enxuta, que muitas vezes conta com ferramentas de
autoatendimento, com um mix selecionado de produtos e vantagens oferecidas para
pagamentos digitais. Esse tipo de comércio valoriza o tempo e leva em
consideração a opinião de quem compra, visto que o consumidor encontra o que
precisa a poucos passos, sem precisar se deslocar para um supermercado ou
hipermercado, por exemplo, enfrentar trânsito, gastar combustível e ainda ter
de lidar com longas filas.
Desse modo, uma das engrenagens
essenciais para manter o setor rodando é visualizar a experiência do consumidor
como o ponto de virada de cada negócio. O cliente precisa estar no centro das
atenções, ainda mais para que o varejista consiga se aproximar e, assim,
compreender os hábitos de consumo que movimentam estes mercados.
Tendências do
varejo pelo mundo
Esse assunto foi tema da NRF
Retail"s Big Show 2024, considerado o principal evento de varejo no mundo,
que apresentou algumas tendências que já fazem parte da composição dos mercados
de superproximidade, como a personalização e a experiência do consumidor. Isso
porque este segmento já internalizou que entender a jornada de compra do
cliente, ainda mais a sua seleção de consumo, é essencial para elaborar um mix
de produtos que atendam a necessidade e gere uma busca contínua deste
consumidor.
Outro assunto comentado no evento e
que também está integrado à rotina dos mercados de superproximidade é a
maturidade da Inteligência Artificial (IA) para o varejo. Mesmo que o tema
esteja no hype agora, ele é como uma espinha dorsal para o
segmento, principalmente quando se fala de mercados autônomos, que já utilizam
a IA para gerir as operações, para mapear hábitos de consumo, administrar meios
de pagamentos e até para realizar o controle de estoque dos estabelecimentos. A
tecnologia é uma grande aliada no customer experience, além de
também ser um dos pilares para esse fortalecimento dos minimercados pelo
país.
Assim, a febre dos mercados de
superproximidade segue fortalecendo pequenos estabelecimentos e ganha
competitividade com grandes varejistas, porque coloca as necessidades do
cliente no centro, conquista mais presença em localidades nas quais não eram
cobertas pelos supermercados e geram oportunidades de investimento para
aprimorar o uso de tecnologia no dia a dia do empreendedor e do consumidor.
Esse tipo de negócio estimula um movimento acirrado ao mesmo tempo que
enriquece o segmento do varejo, em um nicho muito estimado pelos clientes, que
era mais conhecido como uma quitanda, um mercadinho de bairro.
*Guilherme Mauri é administrador de empresas, com especializações em negócios e finanças e possui mais de 18 anos de experiência em consultoria corporativa, analisando negócios de sucesso nos mais diversos setores para transações de M&A. Atualmente, o executivo é CEO da Minha Quitandinha, rede de minimercados autônomos. |
Fonte: Assessoria