Além de Martins não integrar a lista de passageiros do voo para Orlando, Gonet,
em parecer datado em 20 de março, pediu que a Força Aérea Brasileira e o
governo americano providenciassem mais informações para a apuração do caso
Após a companhia aérea Latam, atendendo aos pedidos da
Procuradoria-Geral da República (PGR), enviar um ofício ao Supremo Tribunal
Federal (STF) confirmando que Filipe G. Martins de fato viajou para Curitiba em
31 de dezembro de 2022, os inimigos do antigo governo, agora, conspiram para
encontrar, ou criar, provas de que o ex-assessor de Jair Bolsonaro esteja
envolvido em alguma "trama tacanha", como, por exemplo, empreender fuga para a
Argentina.
O jornalista e escritor Paulo Francis, em certa ocasião, dissera que
"ser comunista, hoje, exige um ato de fé sobre-humano". Para Francis, sua época
foi marcada por uma esquerda patética e histérica. Hoje, entretanto, os jornais
noticiam – ou fomentam – a ascensão de uma esquerda impetuosa, que almeja elevar-se
aos altares taumatúrgicos, capaz de realizar feitos extraordinários,
mirabolantes e metafísicos.
Excitados por tais aspirações, governistas, jornalistas, militantes e
palpiteiros empreendem esforços "sobre-humanos" para construir uma cadeia de
provas e argumentos, mesmo que fictícios, que culminem não somente na prisão de
Filipe Martins e Jair Bolsonaro, mas na extinção integral de uma militância
política e organizada conservadora.
O ex-assessor, primeiramente, foi preso sob a alegação de que, no dia 30
de dezembro daquele ano, teria embarcado no avião presidencial com destino para
Orlando (EUA). Embora ele não estivesse impedido de sair do país, o argumento
de Moraes é de que Martins teria viajado "sem realizar o procedimento de saída
com o passaporte em território nacional". Ele teria "burlado" o sistema
migratório para facilitar uma fuga.
Sabe-se, no entanto, que Filipe não apresentou o passaporte porque
jamais deixou o Brasil. Isso porque seria humanamente impossível que ele
conseguisse fazer uma viagem internacional de ida e volta em menos de 24 horas,
"burlando o sistema", e voltasse a tempo de embarcar para Curitiba como
confirmou a Latam.
Mas a narrativa agora é outra. Martins realmente embarcou para Curitiba
– fato indiscutível –, porém como rota de fuga para a Argentina. De acordo com
o Estadão, o delegado Fábio Tavares Shor, em 7 de março, afirmou que o
ex-assessor enviou um documento a Jair Bolsonaro "considerando" a implementação
das "supostas interferências do Poder Judiciário no Poder Executivo e ao final
decretava a prisão de diversas autoridades".
Esta é a velha história de que Bolsonaro teria solicitado alterações na
suposta "minuta do golpe" para que, depois de corrigida, fosse convocada uma
reunião com os comandantes das Forças Armadas. Acontece, entretanto, que a
minuta era um parecer sobre um artigo da Constituição e de qualquer modo jamais
foi colocada em prática; um suposto golpe que nunca aconteceu, nem teria
condições de acontecer, que, além de tudo, teria supostamente dado ensejo à
arruaça dominical do 8 de janeiro.
Voltando ao caso do delegado, Shor informou haver declarações que
sustentem que Martins saiu do país em 29 de dezembro de 2022 sem deixar
registro na alfândega.
"Os elementos demonstram que Filipe Martins, desde a sua saída do
governo, não fixou residência em nenhum local, sendo localizado no dia do
cumprimento do mandato de busca e apreensão no apartamento da sua companheira
na posse de poucos pertences, facto que permite uma fácil alteração de local,
em caso de necessidade. nesse sentido, a cidade de Ponta Grossa (PR), local
onde Filipe Martins foi localizada, encontra-se a cerca de 461 milhas de
distância da cidade de Dionísio Cerqueira, fronteira com a Argentina , por sua
rodoviária e 551 da cidade de Guaíra, fronteira com o Paraguai", disse.
Nota-se que o delegado utilizou o termo "milhas" ao invés do já
consolidado "quilômetros". "Milhas" remete a uma distância reduzida, gerando um
efeito ilusório de proximidade, isto é, criando no imaginário do interlocutor
uma plausibilidade de que o ex-assessor realmente possa ter deixado o Brasil.
Proposital ou não, o termo, aplicado num texto investigativo, gera um
efeito singular; sui generis. Ao converter para a unidade de medida
convencional – quilômetros – vemos que Martins deveria percorrer cerca de 741
quilômetros para chegar a Argentina e aproximadamente 886 para entrar no
Paraguai.
Além de Martins não integrar a lista de passageiros do voo para Orlando,
Gonet, em parecer datado em 20 de março, pediu que a Força Aérea Brasileira e o
governo americano providenciassem mais informações para a apuração do caso. O
PGR argumentou que as provas utilizadas pela PF na prisão do ex-assessor
apresentam fragilidades.
O órgão também questionou as informações constatadas no Departamento de
Segurança Interna dos EUA que evidenciariam a entrada de Martins em solo
americano na mesma data. Acontece, entretanto, que o próprio site informa que
os dados de sua plataforma "não podem ser utilizados para fins legais".
Mas agora os policiais encontraram mais um elemento suspeito. Um crachá
funcional, registrado com a numeração 123.917, identificado como "República
Federativa do Brasil, Presidência da República", com validade até 31/12/2026. "O
Grande Irmão" analisa se Martins contaria com a permanência de Bolsonaro por
mais quatro anos na Presidência. Os agentes averiguaram que o ex-assessor
postou 32 tuítes mensais de janeiro de 2019 a outubro de 2022. Nenhuma mensagem
foi publicada entre novembro a 31 de dezembro de 2022. No duro, no duro,
utilizar assiduamente as redes sociais também é algo suspeito.
Acontece que a namorada de Filipe Martins, Anelise Hauagge, no momento
das buscas da Operação Tempus Veritatis, teve seu celular submetido a uma
"analise preliminar". Anelise, na ocasião, o bloqueou e se recusou a fornecer a
senha por "fundadas dúvidas que o aparelho também fosse utilizado" por Martins,
disseram os agentes. Adiante, pegou o celular de sua mãe e, apesar de não estar
sendo inspecionada, foi advertida pelos policiais que poderia ser
responsabilizada por impedir a investigação.
Além de todos os supostos documentos de um possível plano de golpe, os
agentes alegaram ter encontrado dados cadastrais de opositores do então governo
em seu celular, como, por exemplo, do deputado André Janones. Consta, no
parecer, que fora localizado um relatório intitulado Premium Name Report on
André Janones, com dados como telefones, endereços e empresas vinculados ao
parlamentar.
Enfim, outro material "suspeito" é um arregimento de pessoas que se
consideravam inseguras frente às eleições de 2022. O texto destacava um
"histórico comprovadamente desequilibrado do processo eleitoral". "Reforço a
manobra jurídica que permitiu que um condenado por vários juízes, com base em
provas reais, que deveria ser inelegível pela Lei da Ficha Limpa e inclusive de
devolução de bilhões aos cofres públicos, fosse candidato ao cargo de
Presidência da República", diz trecho do documento.
Eis o documento na íntegra:
Eu, _______________, brasileiro (a), portador do RG _________, venho por
meio desta carta aberta expor minha insegurança e dúvida em relação ao processo
Democrático da última eleição presidencial.
Essa insegurança se origina justamente de todo o histórico
comprovadamente desequilibrado do processo eleitoral. Reforço a manobra
jurídica que permitiu que um condenado por vários juízes, com base em provas
reais, que deveria ser inelegível pela Lei da Ficha Limpa e inclusive de
devolução de bilhões aos cofres públicos, fosse candidato ao cargo de
Presidente da República. Somente este fato já justificaria uma ação. A reputação
da nossa Pátria está em jogo.
Destaco a forma como defenderam a urna eletrônica como segura e
inviolável, não permitindo a discussão sobre a necessidade de um mecanismo de
auditoria física, como acontece nas maiores democracias do mundo e que atenderia
à exigência constitucional de que a contagem do voto, como ato administrativo,
observe o princípio da publicidade.
Sem falar na Censura estabelecida apenas a veículos, empresários e
influenciadores de um dos lados do pleito, resultado em total desequilíbrio e
falta de isonomia, pois claramente o que não valia pra um lado valia para o
outro.
A maneira como foi conduzido o processo das campanhas gratuitas de rádio
e TV, com evidente desequilíbrio nos julgamentos de direito de resposta, com
permissão de fake news favoráveis a uma das candidaturas e com desequilíbrio no
tempo utilizado nas rádios, sempre em benefício do mesmo candidato.
A indignação sobre a apuração das urnas, com centenas de casos
matematicamente improváveis, com comportamento absurdamente fora da realidade
racional e indicação tecnicamente crível de atividade algorítmica em
determinados modelos de urnas.
Tudo isso me faz pacificamente, implorando ajuda de um poder moderador
neutro para investigar e reestabelecer a credibilidade da Democracia
Brasileira. Exerço aqui o dever de cidadão e peço ajuda às Forças Armadas, para
que tragam credibilidade e isenção a investigação do processo eleitoral.
Se essa dúvida persistir não existirá ambiente de unificação no país.
Local _____________________ 05 de Novembro de 2022
Por BSM