A taxa de aprovação no município de Santos do governador de São Paulo,
Tarcísio de Freitas (Republicanos), saltou de 61,9% em dezembro de 2023 para
71,6% em março, segundo levantamento divulgado pelo Paraná Pesquisas na 5ª
(14.mar.2024).
O período coincide com o avanço da operação Verão, que já deixou 47
mortos na cidade e tem alimentado críticas ao governo por um possível excesso
de violência policial. O levantamento indica que a ação, portanto, não
influenciou na queda de popularidade do governador e pode estar, ao contrário,
tracionando um crescimento de aprovação na cidade litorânea.
Além de medir a taxa de aprovação de Tarcísio em Santos, o estudo
calculou o impacto que o apoio do governador e do ex-presidente Jair Bolsonaro
(PL) teria no município. Entre os entrevistados, 25,1% disseram que "com
certeza" votariam em um candidato apoiado por Tarcísio. Se o apadrinhamento for
de Bolsonaro, a porcentagem de adesão seria de 25,8%.
Ao mesmo tempo, 40,5% da população local diz que "poderia votar" em um
candidato apoiado pelo governador para a prefeitura. No caso de um nome apoiado
por Bolsonaro, o índice é de 25,4%. Logo, a bênção de Tarcísio teria o poder de
influenciar 65,6% dos eleitores santistas, enquanto a de Bolsonaro chegaria a
51,2%. Eis a íntegra do estudo (PDF – 529 kB).
O impacto do apoio reflete na situação atual da disputa captada pelo
levantamento. No principal cenário estimulado, a deputada bolsonarista Rosana
Valle (PL) lidera com 36,1% dos votos. Na sequência está o atual prefeito,
Rogério Santos (Republicanos), que migrou para o mesmo partido de Tarcísio em
busca de seu apoio na corrida pela reeleição. Ele tem 27,0% das intenções de
voto.
O levantamento foi realizado pelo Paraná Pesquisas de 3 a 13 de março de
2024. Entrevistou 800 pessoas de forma presencial com 16 anos ou mais no
município de Santos. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais, para mais ou
para menos. O intervalo de confiança é de 95%. O levantamento está registrado
no TSE sob o nº SP-07755/2024. Custou R$ 40.000 e foi pago com recursos do
diretório do Partido Liberal em Santos.
A influência positiva de Tarcísio nas eleições municipais se sobressai
aos números crescentes de óbitos durante ações policiais em Santos. Na 5ª feira
(14.mar), com mais 2 mortos, a operação Verão atingiu o marco de 47 óbitos
desde dezembro.
Em julho de 2023, São Paulo deflagrou a operação Escudo como uma
resposta à morte de Patrick Bastos Reis, policial militar da Rota (Rondas
Ostensivas Tobias de Aguiar), durante patrulhamento no Guarujá (SP). A medida
deixou ao menos 28 mortos em cerca de 40 dias.
Já em dezembro de 2023, o governo local anunciou uma nova ação policial,
que funciona como uma extensão da operação anterior. Nomeada de operação Verão,
a iniciativa prometeu o reforço de 3.108 mil policiais militares em 16
municípios do litoral sul e norte do Estado. Depois da morte do soldado Samuel
Wesley Cosmo, também PM da Rota, em 2 de fevereiro, o governo de São Paulo
lançou uma nova fase para intensificar a presença policial nas ruas.
O número de mortes, tanto na operação Escudo como na Verão, provocou uma
série de movimentações por parte de organizações de direitos humanos. Em 16 de
fevereiro, a ONG Conectas Direitos Humanos e o Instituto Vladimir Herzog
enviaram um apelo à CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos) e à ONU
pelo fim da operação e a obrigatoriedade do uso de câmeras corporais.
Diante das acusações, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas
(Republicanos-SP), disse estar "nem aí" para as repercussões negativas das
medidas. Afirmou que tem "muita tranquilidade" sobre o que tem sido feito no
âmbito das ações policiais e que tem recebido elogio por parte de empresários e
juízes.
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