Apontado por demais militares como único membro chefe das Forças Armadas
a aderir ao suposto golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro (PL) no poder, o
ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos ficou em silêncio em depoimento à
Polícia Federal. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal
(STF), levantou o sigilo das oitivas nesta sexta-feira, 15.
Segundo Marco Antônio Freire Gomes e Carlos Almeida Baptista Júnior,
ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica, respectivamente, o ex-chefe da
Marinha concordou com as ideias propostas nas versões das minutas golpistas
discutidas com Bolsonaro. A minuta teria sido apresentada aos militares das
Forças Armadas durante reuniões no Palácio da Alvorada.
À PF, Freire Gomes e Batista Jr. afirmaram que Garnier teria dito a
Bolsonaro que sua tropa estaria pronta para aderir a um chamamento do
ex-presidente. Garnier foi alvo de busca e apreensão em operação que investiga
o caso em fevereiro.
"Dentro do contexto apresentado
pelo então Presidente JAIR BOLSONARO de possibilidade de utilização dos instrumentos
jurídicos da GLO e do Estado de Defesa, o então Comandante da Marinha,
Almirante ALMIR GARNIER SANTOS, afirmou que colocaria suas tropas à
disposição", disse Baptista Jr. aos investigadores.
Na ocasião, ele se manifestou em nota dizendo que teve o seu aparelho
apreendido e pedindo por orações. Ele ainda atribuiu a operação à situação
política do país.
Ainda em depoimento à PF, os ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica
afirmam que teriam dito a Bolsonaro que não aceitariam qualquer ato de ruptura
institucional. Na ocasião, Freire Gomes ameaçou prender o ex-presidente caso
ele tentasse golpe.
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