O presidente Lula tem dito a interlocutores que o pedido de cassação do mandato
do senador Sergio Moro foi uma "péssima ideia" e que a possível saída do
ex-juiz do jogo político pode resultar em uma jurisprudência ruim para o
próprio PT.
Essa informação foi publicada pelo colunista de O Globo Lauro Jardim e
confirmada por O Antagonista na manhã desta segunda-feira, 11.
Na visão de Lula, Moro não é mais um personagem relevante na política
brasileira. Ainda conforme o petista, o parlamentar agrega pouco ao jogo
político da direita e, apesar dos acenos, não teria conseguido capitanear votos
e apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ainda para o presidente da República,
conforme apurou este site, a relevância política de Moro atém-se ao Paraná, seu
estado natal.
Outro fato que preocupa o petista é a jurisprudência: para ele, cassar o
mandato de alguém que fez pré-campanha por outro partido pode comprometer seus
aliados no futuro.
Quando será o julgamento do Moro?
O desembargador presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná
(TRE-PR), Sigurd Roberto Bengtsson, marcou para 1º de abril a data de início do
julgamento conjunto das duas ações que pedem a cassação do mandato do senador
Sergio Moro (União Brasil-PR).
Já foram reservadas três sessões para o julgamento: a da data inicial,
assim como as de 3 e 8 de abril.
O Ministério Público Eleitoral do Paraná (MPE-PR) manifestou-se a favor
da acolhida parcial da ação eleitoral movida pelo PL e pelo PT que pede a
cassação do mandato do senador Sérgio Moro (União-PR).
A alegação dos partidos é de que Moro teria cometido abuso de poder
econômico durante sua pré-campanha para as eleições gerais de 2022.
O parecer, assinado pelos procuradores da República Marcelo Godoy e
Eloisa Helena Machado, foi protocolado em 14 de dezembro de 2023 e encaminhado
ao Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR).
A ação eleitoral foi proposta no final de 2022 em duas ocasiões, uma
pelo partido PL e outra pela federação Brasil da Esperança, formada por PT, PV
e PCdoB. Ambas foram unificadas na mesma ação. Elas acusam Moro de abuso de
poder econômico e uso indevido de veículos ou meios de comunicação social
durante o período pré-eleitoral de 2022.
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