A deputada federal e presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT),
Gleisi Hoffmann (PT-PR), deletou um post em que criticava o técnico Alexi
Stival, conhecido como Cuca, após receber uma notificação extrajudicial do novo
treinador do Athletico-PR.
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Na postagem, publicada na rede social X (antigo Twitter), a parlamentar
relembrava um caso de 1987, quando Cuca, ainda jogador, foi acusado de estupro
de uma pré-adolescente na Suíça.
O texto da congressista também comparava o técnico aos ex-jogadores
Daniel Alves e Robinho, condenados pelo mesmo crime na Espanha e Itália,
respectivamente.
A petista apagou o post original e publicou outro, no qual manteve
críticas a Cuca e ao Athletico-PR, mas recuou da afirmação de que o técnico
cometeu estupro.
"É estarrecedor, na semana da mulher, saber que o Athletico
Paranaense irá contratar Cuca, o homem que foi acusado pela Justiça Suíça por
manter relações sexuais com uma criança de 13 anos, crime previsto no art. 187
do Código Penal Suíço", escreveu Gleisi.
"Esta situação nos faz relembrar dos recentes casos de Robinho e
Daniel Alves. Embora sua condenação tenha sido anulada recentemente, consta no
processo a afirmação de que havia sêmen de Cuca no corpo da vítima!", continuou
a parlamentar.
Na notificação, a defesa do treinador afirmou que a publicação da
petista "contém diversas informações completamente inverídicas e equivocadas
que podem induzir a erro seus seguidores".
"O treinador Cuca não foi condenado, pois teve seu julgamento
anulado pela Corte na Suíça, por diversas irregularidades ocorridas em 1989",
complementou a nota.
A defesa de Cuca ainda negou comparações aos casos citados pela
deputada: "Cabe afirmar com toda convicção que esse caso da Suíça não guarda
nenhuma semelhança com o caso do Daniel Alves ou do Robinho".
Relembre o caso
Em julho de 1987, quando era meio-campista do Grêmio, Cuca e os
jogadores Henrique Arlindo Etges, Fernando Luís Castoldi e Eduardo Henrique
Hamester foram acusados de estuprar uma pré-adolescente de 13 anos. O caso
teria ocorrido no Hotel Metrópole, em Berna.
Os atletas passaram um mês presos e voltaram ao Brasil. Em 1989,
foram condenados: Cuca, Eduardo e Henrique a 15 meses de prisão e multa e
Fernando, considerado cúmplice, a 3 meses e multa.
Em novembro de 2023, a Justiça da Suíça reabriu o caso a pedido de
Cuca, cujos advogados alegaram falta de defesa no julgamento.
O Tribunal Regional de Berna-Mittelland acatou o argumento da
defesa e anulou o processo. Como não houve novo julgamento, a decisão não
entrou no mérito de culpa ou inocência do acusado. O Ministério Público suíço
considerou o caso prescrito.
Cuca estava sem clube desde abril de 2023, quando foi contratado
pelo Corinthians. Pressionado pela torcida por conta do caso, ficou apenas dois
jogos no cargo e pediu demissão.
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