Apesar das taxas mais altas,
fontes do Tesouro informaram que as taxas foram menores que as esperadas, de
6,5% ao ano.
Para
os papéis de 30 anos, a taxa somou 7,15% ao ano. Na emissão mais recente, em
junho de 2021, os juros alcançados haviam somado 4,925% ao ano. Nesse
caso, a alta decorreu principalmente dos juros nos Estados Unidos, que em 2021
estavam no menor nível da história, por causa do estímulo econômico concedido
durante a pandemia de covid-19.
No caso dos papéis de dez anos, as taxas foram as mais altas
registradas para esse tipo de título desde fevereiro de 2005. Em relação aos
papéis de 30 anos, os juros são os maiores desde agosto de 2006.
Os juros básicos nos Estados Unidos começaram a subir em 2022 e,
desde julho do ano passado, estão estáveis numa banda entre 5,25% e 5,5% ao
ano. Como a taxa final dos títulos brasileiros no exterior depende do
rendimento dos títulos norte-americanos, considerados os investimentos mais
seguros do mundo, mais um prêmio de risco, os juros para os papéis brasileiros
também subiram.
Taxas baixas de juros indicam pouca desconfiança dos investidores
de que o Brasil não conseguirá pagar a dívida. Em momentos de crise econômica e
de aumento das taxas externas como o atual, os estrangeiros passaram a cobrar
juros mais elevados para comprar os papéis brasileiros.
Por meio do lançamento de títulos da dívida externa, o governo
pega dinheiro emprestado dos investidores internacionais com o compromisso de
devolver os recursos com juros. Isso significa que o Brasil devolverá o
dinheiro daqui a vários anos com a correção dos juros acordada, de 6,35% ao ano
para os papéis que vencem daqui a dez anos e 7,15% ao ano para os papéis que
vencem em 30 anos.
Spread
O spread, que é a diferença entre os
títulos brasileiros de dez anos e os papéis do Tesouro norte-americano com o
mesmo prazo, caiu. A taxa do papel brasileiro foi 225 pontos-base (2,25 pontos
percentuais) maior que a dos papéis norte-americanos. Na emissão anterior, em
abril de 2023, a diferença havia ficado em 285,4 pontos (2,854 pontos
percentuais).
Em relação aos papéis de 30 anos, o spread ficou
em 282 pontos (2,82 pontos percentuais). Isso representa uma leve queda em
relação à ultima emissão, em junho de 2021, quando a diferença tinha ficado em
282,5 pontos.
Os recursos captados no exterior serão incorporados às reservas
internacionais do país em 29 de janeiro. De acordo com o Tesouro Nacional, as
emissões de títulos no exterior não têm como objetivo principal reforçar as
divisas do país, mas fornecer um referencial para empresas brasileiras que
pretendem captar recursos no mercado financeiro internacional.
Gazeta Brasil