O regime de Daniel Ortega, na Nicarágua, prendeu mais seis sacerdotes entre os dias 29 e 30, elevando para onze o número de clérigos detidos desde 20 de dezembro. Entre os recém-detidos estão figuras proeminentes como Silvio Fonseca, vigário da Arquidiocese de Manágua, e os padres Miguel Mántica e Marcos Díaz. A lista se estende a Gerardo Rodríguez, Mykel Monterrey e Raúl Zamora, todos ativos em igrejas da capital.
As denúncias dessas prisões foram trazidas à luz por ativistas de direitos humanos e opositores nicaraguenses no exílio. Este cenário se insere em um contexto de crescente tensão política e social no país, onde o regime nicaraguense tem expulsado cidadãos, incluindo políticos, empresários, ativistas e jornalistas, sob a acusação de traição. Além disso, inúmeras organizações civis enfrentam a retirada de sua personalidade jurídica e ações repressivas do governo.
Este episódio é parte da mais recente ofensiva de Ortega contra a Igreja, que incluiu também a prisão, na quinta-feira, 28, de Héctor Treminio e Carlos Avilés, este último vigário-geral na Arquidiocese de Manágua e crítico notório do regime.
Em maio de 2021, a Assembleia Nacional da Nicarágua revogou o Decreto 357, que fundou a Cruz Vermelha no país em 1958, substituindo-a por uma nova entidade vinculada ao Ministério da Saúde. Este ato veio após acusações de parcialidade contra a Cruz Vermelha durante os protestos anti-governamentais de 2018, resultando no confisco de seus bens pelo Estado.
Fonte: Hora Brasilia