Tres ataques aéreos noturnos no leste da Síria, perto de um importante posto fronteiriço com o Iraque, mataram 19 terroristas pró-iranianos neste sábado, disseram à Associated Press dois membros de grupos de milícias iraquianas.
Os ataques na região fronteiriça de Boukamal ocorreram horas depois que um grupo de milícias iraquianas pró-iranianas, conhecido como a Resistência Islâmica, reivindicou um ataque contra uma base militar dos EUA na cidade de Irbil, no norte do Iraque. O grupo já realizou mais de cem ataques contra posições dos EUA em Iraque e leste da Síria desde o início da guerra entre Hamas e Israel em 7 de outubro.
O diretor do Observatório Sírio de Direitos Humanos, Rami Abdel Rahmane, disse à AFP que os bombardeios foram "provavelmente israelenses". Em um primeiro momento, ele disse que poderiam ser dos EUA.
Quatro dos mortos eram do poderoso grupo libanês Hezbollah, enquanto os outros eram militantes sírios, disseram os militantes. Eles falaram sob condição de anonimato porque não estavam autorizados a falar com a imprensa.
Enquanto isso, um coletivo de ativistas que cobre notícias na área, Deir Ezzor 24, disse que os ataques aéreos atingiram dois postos de militantes e um armazém de armas que, segundo ele, recentemente estava abastecido com lança-foguetes e munições.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos, por sua vez, disse que além do armazém de armas, os ataques tiveram como alvo um comboio de militantes que havia chegado do Iraque à Síria, bem como um local onde uma milícia afiliada à Guarda Revolucionária paramilitar do Irã estava treinando.
Ele acrescentou que os ataques mataram nove pessoas, três sírias e seis de outras nacionalidades.
Washington não fez comentários imediatos sobre o ataque, embora tenha anunciado que alguns estavam planejados contra posições das milícias pró-iranianas após a onda de ataques nos últimos dois meses.
O presidente Joe Biden ordenou a semana passada ao exército dos EUA que levasse a cabo ataques contra grupos iraquianos pró-iranianos após um ataque com cohetes que feriu três soldados americanos.
O aumento da tensão colocou Bagdá em uma situação delicada. O primeiro-ministro iraquiano, Mohammed Shia al-Sudani, tem tentado aliviar a tensão entre os grupos militantes que o ajudaram a chegar ao poder e os EUA, onde se encontram as reservas de divisas de Irak.
A região de Boukamal em Deir el-Zour, Síria, ao longo da fronteira iraquiana, tem sido uma área estratégica para os militantes pró-iranianos depois que foi recuperada do grupo extremista Estado Islâmico em 2019. As forças da coalizão liderada pelos EUA já realizaram ataques contra comboios lá antes das recentes tensões.
Fonte: AP