A 1ª Vara Federal de Barueri, em São Paulo, determinou a conversão da prisão temporária de Eduardo Marcos da Silva, conhecido como Dudinha, para prisão preventiva. Dudinha, identificado como aliado próximo de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder da facção Primeiro Comando da Capital (PCC), foi capturado pela Polícia Federal (PF) em uma operação na quinta-feira (14/12). Esta ação tinha como objetivo frustrar os planos do PCC de sequestrar figuras políticas. Durante a prisão, Dudinha foi encontrado com uma pistola 9mm de uso restrito.
A decisão judicial foi baseada em evidências recolhidas dos telefones celulares apreendidos com o suspeito, além de sua ficha criminal e de um patrimônio incompatível com suas atividades declaradas. O site Metrópoles revelou que Dudinha mantinha um esconderijo secreto em seu guarda-roupa, onde guardava armas e munições, incluindo pistolas Glock 9mm. A polícia também encontrou um colete à prova de balas e quatro veículos de luxo em sua posse.
As investigações apontam que Eduardo Marcos da Silva faz parte de um grupo restrito dentro do PCC, responsável por tratar de assuntos sigilosos e de grande relevância para a liderança da facção. Essa célula é composta por membros altamente confiáveis e com poder decisório considerável, todos sob a confiança de Marcola.
Esta prisão é um desdobramento da Operação Sequaz, iniciada em março deste ano, quando a PF descobriu um plano do PCC para sequestrar e assassinar servidores públicos e autoridades, incluindo o ex-juiz e senador Sergio Moro e o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, do Gaeco de São Paulo.
Embora ainda não esteja claro quais seriam os alvos de um novo plano de ataque, informações sobre as residências oficiais de Sergio Moro e dos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, foram encontradas na primeira fase da operação.
O PCC, liderado por Marcola, viu uma tentativa de transferência do seu líder para um presídio federal em 2018, a pedido do promotor Lincoln Gakiya. No início de 2019, Marcola foi transferido para a Penitenciária Federal de Brasília.
As propostas de Sergio Moro no pacote anticrime incluíam a proibição de visitas íntimas e o monitoramento das comunicações dos presos em presídios federais, incluindo com seus advogados. Segundo a Operação Sequaz, o sequestro e assassinato de Moro e outras autoridades seriam realizados com o objetivo de arrecadar dinheiro e negociar o resgate de Marcola.
Fonte: Hora Brasilia