O ex-deputado George Santos, filho de brasileiros que foi o primeiro republicano a ser expulso da Câmara dos EUA em toda a história e o primeiro político a perder o mandato sem ter sido condenado antes na Justiça, criou um perfil no Cameo, serviço online em que celebridades são pagas para fazer vídeos comemorativos personalizados.
Segundo o New York Times, o primeiro vídeo dirigido ao povo americano foi gravado três dias após a expulsão. Santos é acusado de uso ilegal de dinheiro de campanha eleitoral e também de falsificar o próprio currículo.
Fora da Câmara, agora ele oferece mensagens em vídeos por R$ 99. No site, Santos é apresentado como "ícone congressual" e o "membro do Congresso expulso".
Os temas abrangidos pelas mensagens são variados: aniversário, férias, estímulos e conselhos, por exemplo.
Em uma das mensagens, dirigida a uma mulher chamada Sarah, ele afirma que o trabalho às vezes é uma porcaria e que há dias ruins. "A última sexta-feira também não foi tão boa para mim", afirma, referindo-se à perda do mandato.
Entre os conselhos está o de que as pessoas façam coisas agradáveis para si mesmas. "Pode ser qualquer coisa, desde Botox até produtos de luxo de qualquer tipo — como uma viagem à Hermès ou maquiagem da Sephora", diz. "Ou uma assinatura no OnlyFans."
O perfil no Cameo é compartilhado no X (ex-Twitter). Na rede social, ele disse nesta terça-feira (5) que gravou com erro uma mensagem encomendada por um amigo para outro e que iria refazer o trabalho.
Santos, 35, chamou a atenção após vencer uma disputa acirrada no terceiro distrito de Nova York, que abrange Long Island e Queens, no ano passado. Ele foi o primeiro republicano abertamente gay a vencer uma eleição sem ser o incumbente.
O político logo se tornou motivo de piada nos EUA após uma série de reportagens, investigações criminais e por um Comitê de Ética do Congresso encontrarem evidências de que ele cometeu fraudes, lavagem de dinheiro e desviou recursos de campanha para despesas com itens de luxo, botox e até o site de conteúdo erótico OnlyFans.
O deputado nega irregularidades e afirma ser vítima de perseguição. Falando a jornalistas, ele disse ser alvo de "bullying".
Fonte: Folhapress