Os Estados Unidos bombardearam neste domingo (12) duas instalações ligadas ao regime iraniano na Síria, em resposta a ataques contra pessoal norte-americano no Oriente Médio, segundo o secretário da Defesa, Lloyd Austin.
É a terceira vez em menos de três semanas que os militares norte-americanos atacam locais na Síria que consideram ligados a Teerã, que apoia vários grupos armados que Washington responsabiliza pelo aumento dos ataques contra as suas forças na região.
"As forças militares dos EUA conduziram ataques de precisão hoje contra instalações no leste da Síria usadas pelo Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã (IRGC) e grupos afiliados ao Irã em resposta aos ataques contínuos contra pessoal dos EUA no Iraque e na Síria", disse Austin em um comunicado.
"Os ataques foram realizados contra um centro de treinamento e um esconderijo perto das cidades de Albu Kamal e Mayadeen, respectivamente", acrescentou.
Na quarta-feira, os Estados Unidos atacaram um depósito de armas na Síria ligado a Teerã, e em 26 de outubro também atacaram duas instalações no país que disseram na época serem usadas pelo Irã e organizações afiliadas.
Washington diz que a série de ataques é uma resposta aos repetidos ataques às forças dos EUA no Iraque e na Síria – mais de 45 desde 17 de Outubro – que feriram dezenas de militares norte-americanos. Da mesma forma, no passado fim de semana o Comando Central dos Estados Unidos (CENTCOM) anunciou a chegada de um submarino nuclear ao Oriente Médio, que se junta aos dois porta-aviões, às dezenas de combatentes e aos mil soldados destacados na região para dissuadir o Irã e o grupo terrorista Hezbollah de se juntar à guerra entre o Hamas e Israel.
O aumento dos ataques às tropas norte-americanas nas últimas semanas está ligado à guerra entre Israel e o Hamas, que começou quando o grupo terrorista palestino realizou um ataque de choque transfronteiriço a partir de Gaza, em 7 de outubro, que, segundo as autoridades israelitas, matou cerca de 1.200 pessoas.
O exército israelita respondeu com um implacável ataque aéreo, terrestre e naval contra o Hamas em Gaza que, segundo o Ministério da Saúde do enclave, matou mais de 11.100 pessoas, mortes que provocaram raiva generalizada no Oriente Médio e críticas contra Washington por grupos apoiados pelo Irã.
Há cerca de 2.500 soldados dos EUA no Iraque e cerca de 900 na Síria, como parte dos esforços para impedir o ressurgimento do grupo terrorista Estado Islâmico (ISIS).
Os jihadistas já controlaram um território significativo em ambos os países, mas as forças terrestres locais, apoiadas por ataques aéreos internacionais, empurraram-nos para trás num conflito sangrento que durou vários anos.
Entretanto, ataques também são lançados a partir da Síria contra Israel no meio do conflito em Gaza e da crescente tensão na região. As Forças de Defesa de Israel (DF) atacaram este sábado Damasco após lançarem dois projéteis em território sob seu controle.
"Recentemente, depois das sirenes que soaram nas Colinas de Golã", território sírio sob ocupação israelita, "foram identificados dois lançamentos vindos da Síria" que atingiram "campos abertos", informou o Exército israelita num comunicado. Depois disso, o Exército israelense "está atacando a origem do ataque em território sírio".
O ditador sírio Bashar al Assad disse no sábado que o Hamas impôs uma "nova realidade" a Israel com o seu ataque que "abriu portas políticas que estavam fechadas há décadas" e que devem ser aproveitadas no Oriente Médio.
"Com a nova realidade imposta pela corajosa resistência palestiniana na nossa região, temos estas ferramentas, vamos aproveitá-las e aproveitar a transformação global que abriu portas políticas que estavam fechadas há décadas", disse Al Assad durante a Cimeira árabe-islâmica realizada em Riade.
No seu discurso perante dezenas de chefes de Estado árabes e de países de maioria muçulmana que participaram do evento, o ditador sírio exigiu "travar qualquer caminho político" ou económico com Israel, na mesma linha do discurso do seu aliado Irão, Presidente Ebrahim Raisi.
(Com informações da AFP e EFE)