Os cursos fazem parte do novo portfólio lançado pela Firjan. A entidade, que tem tradição na formação de empresários e na discussão de soluções para o setor empresarial, agora volta o olhar para a educação. Alguns dos cursos foram oferecidos já este ano de forma piloto para um grupo de educadores de escolas localizadas próximas a sede da Firjan. Foram oferecidos cursos de duração de 20h de robótica educacional, aprendizagem baseada em projetos e linguagem artÃstica e letramento cientÃfico.
"São as temáticas, abordagens e temas voltados para essa educação do século 21, essa educação do futuro", disse a gerente de conteúdo e inovação da Firjan, Maria Isabel Oschery, em conversa com jornalistas nesta quarta-feira (8). Segundo a gerente, a intenção é mostrar possibilidades que sejam aplicáveis nas salas de aula. "A prática robótica, por exemplo, às vezes gera um pouco de resistência. Podem achar que precisa de muita tecnologia envolvida. A gente busca desmistificar isso, usando materiais mais simples. Acho que tem uma lacuna entre saber a teoria e conseguir aplicar dentro das escolas", explica.Segundo a Firjan, o objetivo é que o novo projeto seja um espaço de reflexão de práticas educacionais voltadas para o futuro; que seja vitrine das práticas voltadas para a educação, que já existem em outras entidades da indústria como Serviço Social da Indústria (Sesi) e Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai); e, que fortaleça competências inovadoras dos professores da educação básica.
"A gente percebeu, atuando durante cinco anos com profissionais e empresas que a gente estava sendo relevante para que eles pudessem acelerar sua capacidade de reflexão, mas a gente não estava com nenhum tipo de portfólio direcionado para professores e educadores e esse é essencial. Quando a gente fala de nova economia, de inovação, uma das grandes discussões é o futuro do trabalho e o futuro das profissões", diz a gerente geral de Desenvolvimento e Inovação Empresarial da Firjan, Cristiane Alves.
De acordo com o Fórum Econômico Mundial, com o avanço da tecnologia, uma série de competências deverão ser necessárias no futuro no mundo do trabalho. Entre elas estão: pensamento analÃtico e inovação; criatividade, originalidade e iniciativa; uso, monitoramento e controle de tecnologia; resiliência, tolerância ao estresse e flexibilidade.
Segundo Cristiane Alves quanto Maria Isabel Oschery, para ajudar os estudantes a desenvolverem essas e outras competências, os professores precisam também de formação.
No inÃcio deste ano, a Firjan divulgou um estudo sobre a evasão de estudantes do ensino médio. A pesquisa Combate à Evasão no Ensino Médio: Desafios e Oportunidades, feita em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) mostra que meio milhão de jovens acima de 16 anos abandonam a escola a cada ano. Uma nova reforma do ensino médio está em discussão no Congresso Nacional.
A Firjan representa 101 sindicatos patronais industriais e atua nas esferas municipal, estadual e federal para defender questões que impactam diretamente a competitividade da indústria. Além disso, desenvolve estudos e pesquisas sobre temas interessantes a indústria com o objetivo de antecipar tendências, informar e apontar soluções.
Agência Brasil