Oito anos após aprovação da tecnologia no Reino Unido, nasce o primeiro bebĂȘ com DNA de trĂȘs pessoas diferentes. Como qualquer outra pessoa, as crianças projetadas por esse método também nascem da fertilização de único espermatozoide em único óvulo.
Esse marco na medicina é resultado de colaboração entre a Universidade de Newcastle e o Newcastle Fertility Center, que foram os primeiros a explorar a terapia de substituição mitocondrial (MRT), forma especial de fertilização in vitro (FIV), desenvolvida para prevenir doenças genéticas graves nos futuros bebĂȘs. É importante destacar também que o Reino Unido foi a primeira nação a aprovar o uso do MRT.
A diferença entre os bebĂȘs que nascem dos demais métodos de fecundação estĂĄ na relação entre o material nuclear que abriga a grande maioria dos genes responsĂĄveis ??pela construção de um ser humano e a pequena quantidade de DNA não nuclear, responsĂĄvel por auxiliar na fabricação de unidades de energia da célula, as mitocôndrias.
Conforme confirmado pela Autoridade de Fertilização Humana e Embriologia (HFEA), pelo menos mais cinco bebĂȘs nasceram a partir dessa nova tecnologia, e outros 32 pacientes ganharam aprovação para realizar o procedimento — as informações sobre os pacientes segue sendo mantida em segredo.
"A equipe de Newcastle envolvida na realização dos procedimentos é cautelosa e deseja incluir pelo menos alguns dados de acompanhamento dos bebĂȘs, além de proteger a privacidade das famílias", afirmou Robin Lovell-Badge, biólogo de células-tronco e geneticista do desenvolvimento do Instituto Francis Crick.
Este é um desafio em si. SerĂĄ interessante saber o quão bem a técnica MRT funcionou ao nível prĂĄtico, se os bebĂȘs estão livres de doenças mitocondriais e se hĂĄ algum risco de eles desenvolverem problemas mais tarde na vida ou, se mulher, se seus filhos correm o risco de contrair a doença.
Francis Crick
Fonte: Com informações de ScienceAlert