Quem busca escolhas estratégicas ao se alimentar possivelmente jĂĄ ouviu falar sobre os inúmeros benefícios do azeite de oliva na prevenção de diversos problemas de saúde, como doenças cardiovasculares e a diabetes. Aumentando a lista de vantagens, pesquisadores da rede JAMA observaram que o produto também tem um impacto positivo quando o assunto é reduzir as chances de desenvolver demĂȘncia.
A associação foi constatada depois de equipe acadĂȘmica analisar os dados de mais de 92.000 participantes ao longo de 28 anos. Segundo a pesquisa, a ingestão de cerca de meia colher de sopa do produto ainda garante a diminuição da taxa de mortalidade pela doença em 28%.
Azeite de oliva pode diminuir o risco de demĂȘncia
O resultado chama a atenção por conta do impacto do alimento para a prevenção de uma doença que atinge cerca de 8,5% da população com 60 anos ou mais, de acordo com o relatório do Relatório Nacional sobre a DemĂȘncia: Epidemiologia, elaborado pelo Ministério da Saúde.
Para entender como o hĂĄbito de incorporar o azeite pode, de fato, reduzir as chances de diagnóstico, a coluna conversou com o neurologista Andre Reis. Para o especialista, é preciso ter atenção na hora de divulgar dados tão expressivos.
"Correlacionar o azeite de oliva isoladamente à prevenção de síndrome demencial é incerto, visto que existem outros fatores que influenciam no processo de envelhecimento e no surgimento das demĂȘncias", alerta.
Segundo Andre Reis, a metodologia do estudo não oferece amplitude para tomadas de decisões em condutas médicas.
"Mesmo sendo uma pesquisa robusta, as estatísticas ficam um pouco enviesadas por conta do modelo. Foram utilizaram questionĂĄrios para entender os hĂĄbitos dos indivíduos, além de entrevistas com profissionais de saúde. Esse tipo de estudo acaba tornando os dados mais frĂĄgeis, se pensarmos na parte clínica. Apesar disso, considero que os resultados são positivos quando se trata de alternativas para tratamento e prevenção", comenta.
Embora o especialista não estabeleça uma relação causal do alimento com a redução dos diagnósticos, ele reflete que aderir à prĂĄtica não farĂĄ mal algum, pelo contrĂĄrio. Segundo Andre, por conta do azeite de oliva fazer parte da dieta mediterrânea, é possível considerar que sua ingestão pode ser promissora na melhora geral da saúde das pessoas.
"Em todo caso, entendo que é possível estabelecer uma relação do consumo de gorduras mais saudĂĄveis, o caso do azeite de oliva, e a redução do risco cardiovascular ao longo do tempo, levando a menor risco de obesidade, aumento da pressão e diabetes, entre outros eventos que são potenciais riscos para desenvolvimento de demĂȘncias", explica.
Outras medidas para prevenir a doença
Além de incorporar o alimento no dia a dia, André indica outras medidas que farão diminuir a velocidade do declínio cognitivo característico de doenças como o Alzheimer. Para ele, o ideal para garantir o envelhecimento saudĂĄvel estĂĄ em manter uma relação mais consciente com a alimentação, começando pela diminuição do consumo de açúcares nas refeições, e praticando atividades físicas regularmente.
"Outro ponto que faz muita diferença é manter um treinamento cognitivo, que abrange a prĂĄtica de ler regular, aprender coisas novas, estar sempre com a mente em atividade, sempre atento à exaustão. Além disso, socializar também é um item importante para a prevenção. Sempre indico manter rotinas de encontros, fazer parte de grupos, estar presente em atividades sociais", comenta.
Pensando no que evitar para minimizar os riscos do surgimento das demĂȘncias, André é enfĂĄtico. "É preciso controlar aspectos clínicos de saúde que são sabidamente fatores de risco para demĂȘncia, como diabetes, hipertensão arterial sistĂȘmica, colesterol e peso. Outra medida é evitar só assistir TV, vídeos e ficar imerso em redes sociais, para não correr o risco dessa inatividade e passividade mental", adverte.
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br/