A Assembleia Geral da ONU realizará na quinta-feira uma sessão de emergência para discutir a guerra em Gaza e a situação nos territórios palestinos em geral. A sessão foi solicitada por países árabes, a Organização da Conferência Islâmica e um grupo de países asiáticos.
Será a décima sessão especial de emergência realizada pela Assembleia Geral desde a sua fundação, e ocorre face à inação do Conselho de Segurança, que até agora se revelou incapaz de adotar uma resolução sobre o conflito em Gaza.
A última tentativa ocorreu na última quarta-feira, quando uma resolução apresentada pelo Brasil foi apoiada por doze dos quinze membros do Conselho, com duas abstenções, mas o voto contra dos Estados Unidos foi suficiente para que fosse vetado.
Um dos principais pontos de desacordo entre os Estados Unidos e o resto dos países é a oposição de Washington a pedir um cessar-fogo em Gaza. O porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, explicou que os Estados Unidos se opõem porque "seria dar ao Hamas a capacidade de descansar, reagrupar-se e preparar-se para futuros ataques."
No entanto, os Estados Unidos continuarão a sua atividade diplomática no Conselho, e amanhã o Secretário de Estado, Antony Blinken, viajará para Nova Iorque para participar num debate aberto sobre a situação na Palestina.
A sessão de amanhã também contará com a participação da ministra francesa de Relações Exteriores, Catherine Colonna, e seu homólogo de Israel, Eli Cohen. O governo francês informou que a reunião será convocada para pedir uma "condena inequívoca" dos "ataques terroristas de Hamas contra Israel", a "liberação dos reféns" e a "proteção dos civis".
Paris também pedirá o "cumprimento do Direito Internacional Humanitário por parte de todos" e defenderá que sejam feitos "todos os esforços necessários" para "evitar uma propagação por Oriente Próximo".
Por outro lado, o Conselho de Segurança da ONU se reunirá novamente nesta terça-feira. A França defenderá uma "tregua humanitária" como passo prévio para um alto el fuego que permita a distribuição de ajuda à população civil.
Já na quinta-feira, a Assembleia Geral da ONU se reunirá a pedido de países como Jordânia, Mauritania, Liga Árabe e Organização de Cooperação Islâmica. Nicaragua, Rússia, Síria, Bangladesh, Camboja, Indonésia, Laos, Malásia, Maldivas, Timor Leste, Vietnã e Brunei também apoiaram a solicitação.
A carta mauritana denuncia "o veto do 18 de outubro a uma resolução sobre o conflito no Conselho de Segurança por parte de um dos membros permanentes", em referência aos Estados Unidos. "É urgente que a Assembleia se reúna para tratar esta crise", destacou.
Gazeta Brasil