O Catar, um importante ator nos esforços para libertar os reféns sequestrados pelo Hamas em Israel, acredita que eles poderão ser libertados "muito em breve" graças às negociações em andamento, disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar ao jornal alemão Welt no sábado.
A mediação de Doha desempenhou um papel fundamental na libertação, na noite de sexta-feira, de dois reféns americanos detidos desde o ataque do grupo militante palestino a Israel, em 7 de outubro, e o Estado do Golfo acrescentou que estava mantendo conversas com Israel e o Hamas.
"Não posso prometer que isso acontecerá hoje, amanhã ou depois de amanhã. Mas estamos seguindo um caminho que levará muito em breve à libertação dos reféns, especialmente dos civis", declarou Majed Al-Ansari. "Estamos atualmente trabalhando em um acordo segundo o qual todos os reféns civis serão libertados inicialmente", acrescentou.
O papel do Catar como mediador surpreendeu a comunidade internacional. A libertação dos dois norte-americanos e esses novos anúncios se tornaram uma demonstração de poder de negociação até então desconhecido.
Al-Ansari afirmou: "A libertação dos dois cidadãos americanos mostrou a nós e aos nossos parceiros que os esforços feitos nos últimos dias são viáveis e devem continuar".
Israel afirma que 210 pessoas – israelenses, com dupla cidadania e estrangeiros – foram raptadas por homens armados do Hamas quando estes lançaram os ataques mais mortais nos 75 anos de história de Israel. Pelo menos 1.400 pessoas foram mortas, a maioria civis, segundo o governo.
Israel respondeu com uma implacável campanha de bombardeios contra a Faixa de Gaza que deixou pelo menos 4.385 mortos, a maioria civis, segundo a administração do Hamas.
As duas mulheres foram sequestradas pelo Hamas enquanto visitavam o kibutz Nahal Oz, no sul de Israel, e foram as primeiras libertações de reféns confirmadas por ambos os lados.
Os reféns identificados como Judith Tai Raanan e sua filha Natalie Shoshana Raanan chegaram em segurança a Israel, anunciou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu na noite de sexta-feira.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do país do Golfo, que abriga o gabinete político do Hamas, observou que a libertação ocorreu "após vários dias de comunicação contínua entre todas as partes envolvidas".
Esta é a primeira libertação de reféns. O Hamas assegurou que está trabalhando "com todos os mediadores envolvidos para implementar a decisão do movimento de encerrar o caso civil [de reféns], se as condições de segurança adequadas o permitirem".
O exército israelense afirmou algumas horas antes que a maioria dos reféns ainda estava viva e que mais de 20 eram menores.
"Nossos compatriotas viveram uma experiência terrível nestes últimos 14 dias e estou muito feliz que em breve eles se reunirão com suas famílias", reagiu Biden.
Com informações da AFP e Europa Press