O juiz Eduardo Appio, que foi afastado da 13ª Vara Federal de Curitiba em maio deste ano por suspeita de fazer uma ligação em tom ameaçador para o filho de um desembargador, admitiu conduta imprópria em audiência de conciliação no Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Em troca do encerramento do processo administrativo que corre contra ele, Appio concordou em pedir afastamento da 13ª Vara Federal de Curitiba e ser transferido para a 18ª Vara Previdenciária da Justiça Federal do Paraná. Ele também não será punido.
Na audiência, Appio não reconheceu ser o autor da ligação, mas admitiu que teve conduta imprópria. Os representantes do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), que haviam pedido a remoção compulsória ou a demissão do juiz, aceitaram o acordo.
Appio, que é crítico declarado dos métodos da Lava Jato, assumiu os processos remanescentes da operação em fevereiro, mas logo foi afastado do cargo. Com o acordo, ele desiste de reassumir o que restou da Lava Jato.
O juiz chegou a usar a sigla "LUL22" como identificação no sistema eletrônico de processos da Justiça, o e-proc. No sistema, é requisitado que magistrados escolham uma sigla como assinatura, geralmente composta de 3 letras e 2 números. Appio usava o nome de usuário, que remete à campanha eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), desde 2021. Trocou antes de assumir a vara responsável pela Operação Lava Jato, em 7 de fevereiro, quando passou a usar o nome "EDF23".
Gazeta Brasil