Os Estados Unidos temem uma "escalada" do conflito entre Israel e o grupo islâmico palestino Hamas e um possível "envolvimento direto do Irã", disse no domingo o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca.
Em entrevista à rede de televisão CBS, Jake Sullivan citou a possibilidade de uma nova frente de batalha na fronteira entre Israel e o Líbano e observou: "Não podemos descartar que o Irã decida se envolver diretamente de alguma forma. Temos que nos preparar para qualquer eventualidade."
"É um risco, e é um risco do qual temos conhecimento desde o início" do conflito, acrescentou o conselheiro de Joe Biden. "É por isso que o presidente agiu de forma tão rápida e decisiva para deslocar um porta-aviões para o Mediterrâneo oriental, para trazer aviões para o Golfo, porque enviou uma mensagem muito clara a qualquer Estado ou entidade que tente tirar partido desta situação", disse Sullivan.
O secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, anunciou no sábado que os Estados Unidos enviariam um segundo porta-aviões ao Mediterrâneo oriental, a fim de "dissuadir ações hostis contra Israel ou qualquer tentativa de expandir esta guerra". O USS Eisenhower e seus navios de escolta se juntarão ao primeiro porta-aviões, o USS Gerald R. Ford, destacado para a região após o sangrento ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, retornará a Israel na segunda-feira para sua segunda visita em menos de uma semana, depois de ter viajado para seis países árabes, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, no domingo. O responsável norte-americano iniciou uma visita à região para mediar o conflito entre Israel e o movimento islâmico Hamas, que já deixou milhares de israelenses, palestinos e estrangeiros mortos, e centenas de milhares de deslocados na Faixa de Gaza.
O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Hossein Amir Abdollahian, alertou neste domingo em Doha, no Catar, que "ninguém" será capaz de "garantir o controle da situação" se Israel lançar uma ofensiva terrestre na Faixa de Gaza. "Se os ataques do regime sionista contra a população indefesa de Gaza continuarem, ninguém poderá garantir o controle da situação e a perspectiva de um prolongamento do conflito", declarou o ministro, segundo um comunicado do Ministério das Relações Exteriores da República Islâmica.
Israel está acumulando tropas em torno do enclave palestino, que bombardeia diariamente desde 7 de outubro em resposta à sangrenta ofensiva lançada pelo Hamas, o ataque mais mortífero do movimento islâmico palestino desde a criação do Estado hebreu.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, visitou as tropas da linha de frente no sul, perto de Gaza, no sábado, vestindo um colete à prova de balas. "Você está preparado para o que está por vir?", disse ele. "Mais está chegando."
Os porta-vozes militares de Israel disseram repetidamente que o exército está preparado para uma operação terrestre, mas aguardando uma "decisão política" sobre o momento.
As forças especiais realizaram ataques em Gaza e recuperaram os corpos de alguns dos 126 reféns confirmados feitos pelo Hamas, disseram os militares sem especificar quantos.
Israel alertou 1,1 milhão de palestinos para abandonarem o norte de Gaza e, desde então, um fluxo constante de famílias em carros, caminhões e carroças puxadas por burros sobrecarregados dirigiu-se para sul.
Israel acusou o Hamas de impedir-lhes de fugir para usá-los como "escudos humanos".
Gazeta Brasil