Um estudo que tentava descobrir qual gordura seria capaz de causar o crescimento de tumores cancerígenos, descobriu, por acaso, um alimento que seria responsável pela queda de cabelo.
Divulgada pela revista científica Cell Reports, a pesquisa, feita em camundongos, se concentrou em analisar basicamente dietas ricas em gordura.
Por fim, os pesquisadores descobriram, no entanto, quais alimentos ricos em gordura poderiam potencializar eventuais efeitos da calvície. Descobriu-se por exemplo que o óleo de peixe pode desencadear a perda dos fios.
No estudo, os cientistas alimentaram três grupos de camundongos com dietas de óleo de peixe, óleo de palma e o terceiro grupo se alimentou normalmente.
Após um período de tempo, os ratos alimentados com a dieta do óleo de peixe começaram a perder pelos nas costas. A partir dessa observação, o estudo foi aprofundado.
Contudo, o mesmo efeito não foi observado na manteiga de cacau, que também é farta em gordura.
Como se dá o processo de perda de cabelo?
Utilizando a fluorescência, os pesquisadores puderam observar o caminho da gordura pelo corpo dos roedores e notaram que o ômega-3, encontrado no óleo de peixe, se acumula na pele deles.
Ao se alojar na derme, o óleo possui uma resposta de citocinas e ativa o sistema imunológico, que inicia um processo de morte das células foliculares e a consequente queda dos fios.
De acordo com os autores do estuda, a dieta com óleo de peixe não é tipicamente associada a distúrbios de perda de cabelo em humanos. Pelo contrário, acredita-se, embora não haja evidências científicas sólidas, que o ômega-3 beneficia os folículos pilosos e o couro cabeludo, melhorando a circulação sanguínea.
No entanto, os pesquisadores dizem que geralmente as dietas nos EUA, por exemplo, contêm muito pouco ômega-3, fato que pode subestimar os efeitos adversos do suplemento no crescimento de cabelo
"Curiosamente, notamos que as nações que dependem fortemente de peixes gordurosos como fonte de alimento (como o Japão) exibem a maior perda de cabelo quando comparadas com outros países asiáticos", dizem os pesquisadores.
Créditos: Catraca Livre