O Sistema Único de Saúde (SUS) possui uma fila de 8.348 pessoas aguardando por cirurgia de artroplastia do quadril, um procedimento médico realizado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recentemente. O levantamento foi realizado pelo jornal o Estado de S. Paulo.
A artroplastia é um tratamento utilizado em casos graves de artrose no quadril. Com o passar do tempo, a cartilagem entre o fêmur e o osso do quadril se desgasta, causando dores intensas aos pacientes. A artroplastia envolve a colocação de uma prótese metálica ou de cerâmica no local afetado.
Como o SUS é gerido de forma descentralizada, os Estados são responsáveis por administrar a espera de cirurgias e procedimentos, classificando os pacientes de acordo com a urgência e a gravidade do quadro. A partir de abril deste ano, eles começaram a informar ao Ministério da Saúde quantas pessoas aguardam na fila de cada tipo de cirurgia, como parte de um plano para acelerar as listas de espera.
Rio Grande do Sul e Goiás têm as maiores filas
De acordo com os dados declarados ao Programa Nacional de Redução das Filas, 43% das 8.348 pessoas que aguardam por uma cirurgia para a artrose no quadril estão no Rio Grande do Sul. O Estado tem 3.684 pessoas na fila.
Depois do Rio Grande do Sul, a maior fila está no Goiás, com 2.520 pacientes. As filas dos dois Estados, juntas, têm 6.204 pacientes, ou 73,1% da fila do SUS.
Outros nove Estados não têm fila
Amazonas, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Piauí, Rio Grande do Norte, Roraima, Santa Catarina e Sergipe declararam ao Ministério da Saúde que não têm pessoas na fila para fazer artroplastia de quadril.
Declaração de Lula sobre andador é criticada
Na terça-feira (26), durante a live "Conversa com o Presidente", Lula disse que as pessoas não iam vê-lo de andador. O uso do aparato é uma das etapas da recuperação.
"Vocês não vão me ver de andador, muleta, vocês vão me ver sempre bonito, como se eu não tivesse sequer operado, mas vou ter que ter um pouco de cuidado", disse o petista.
A declaração foi considerada capacitista, porque o presidente associou a ideia de beleza com não fazer uso de andador ou muletas.
Ivan Baron, influencer e pessoa com deficiência que subiu a rampa ao lado de Lula no dia 1º de janeiro, criticou a fala. "É nítido que ele não falou por mal, mas ao mesmo tempo não podemos deixar esse erro capacitista passar despercebido", disse.
A senadora Mara Gabrilli (PSD-SP) também repreendeu o presidente. Ao veículo, a parlamentar lamentou a "fala capacitista" do petista e disse que "passou da hora do presidente estudar mais sobre o universo das deficiências".
Créditos: Gazeta Brasil