Maria Eduarda Gutérres Escobar, aluna do 2° ano do ensino médio do Colégio Estadual Coronel Afonso EmĂlio Massot, em Porto Alegre, Vitória Ribeiro, que faz o 2Âș ano na Escola Estadual Eudoro Villela, em São Paulo, e Maria Luiza da Silva Vasconcelos, aluna do 2° ano na Escola de ReferĂȘncia em Ensino Médio Antônio InĂĄcio, em Feira Nova, Pernambuco, avaliaram que a redução da carga horĂĄria de disciplinas bĂĄsicas nesta etapa de ensino vai prejudicĂĄ-las quando forem prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2024. "Vou ter que estudar por fora da escola para poder fazer o Enem", disse Maria Eduarda.
Ao participar hoje do congresso, o ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou que as mudanças no Enem só devem passar a valer em 2025.O currĂculo que entrou em vigor no ano passado reduz a obrigatoriedade de algumas disciplinas e cria itinerĂĄrios que permitem que os alunos se aprofundem nos temas de interesse. Entre as opções, estĂĄ a ĂȘnfase em linguagens, matemĂĄtica, ciĂȘncias da natureza, ciĂȘncias humanas ou no ensino técnico. A oferta de itinerĂĄrios, entretanto, depende da capacidade das redes de ensino e das escolas.
"No papel, o novo ensino médio é uma maravilha. A ideia é que fosse um ensino mais dinâmico e que o aluno tivesse opção de traçar sua trilha, mas, na prĂĄtica, isso não ocorre. Para o ensino médio melhorar, tem que melhorar a estrutura das escolas. Tem uma deficiĂȘncia na merenda escolar, por exemplo. As aulas não estão atrativas. Vai haver um retrocesso na educação. A gente vai voltar à época em que só os estudantes da classe alta entravam nos cursos superiores", disse Maria Luiza.
Vitória lembrou que hĂĄ uma grande defasagem por causa dos anos de isolamento social durante a pandemia de covid-19. "Mesmo com aula online, não deu para acompanhar. Quando voltou, eu fiquei meio perdida. É tão corrido que acaba ficando para trĂĄs conteĂșdo que a gente não aprendeu. Com as matérias novas do ensino médio, faz uma confusão só. A gente tem que correr atrĂĄs para poder prestar o Enem, um concurso. É bem difĂcil."
O governo vai apresentar mudanças ao novo ensino médio. Camilo Santana espera que as alterações nesta etapa de ensino sejam apreciadas pelo Congresso Nacional ainda em 2023. A proposta que serĂĄ apresentada pelo governo foi construĂda após consulta pĂșblica.
Fonte: AgĂȘncia Brasil