A inveja é um sentimento com o qual todos convivem em algum momento de nossas vidas. Trata-se de um desejo de possuir o que o outro pertence, portanto, se caracteriza pelo desgosto diante da felicidade alheia.
Filmes, novelas e livros retratam há anos e anos a inveja por meio de seus personagens. Alguns muito famosos são Iago, de "Otelo, o Mouro de Veneza", de Shakespeare e a bruxa da Branca de Neve.
O que muita gente confunde são as diferenças entre ciúmes e inveja. Por mais que estejam ligados e um possa desencadear no outro, é preciso entender no que se diferem. O ciúmes é motivado por algo que se possui e se tem medo de perder, enquanto a inveja é o sentimento de falta, em que você se compara com o outro e deseja possuir o que ele tem.
Basta pensar no amor. O ciúme existe quando você tem um(a) namorado(a) e tem medo de perdê-lo(a) ao vê-la(o) conversando com outra pessoa em uma festa. Já a inveja existe quando você não tem namorado(a) e tem o desejo de possuir o(a) namorado(a) de sua colega de classe, por exemplo.
Desde pequenos somos condicionados à ideia de que sentir inveja é feio, no entanto, isso não impede que em alguns momentos esse sentimento nasça dentro de nós. Por que isso acontece? Por que desejamos o que é do outro?
Maslow foi um psicólogo norte-americano que desenvolveu a teoria chamada Pirâmide das Necessidades, na qual existem cinco níveis. Aqueles que estão na base da pirâmide são os básicos (necessidades fisiológicas e de segurança), depois estão as necessidades sociais de autoestima e autorrealização. O objetivo da pirâmide é determinar o conjunto de condições necessárias para que uma pessoa atinja a satisfação pessoal ou profissional.
A base da pirâmide se trata das necessidades básicas para viver, como a comida, água, sono, segurança, abrigo, segurança. Maslow acreditava que sem essas necessidades básicas saciadas, o indivíduo nem chegaria a se preocupar com os níveis seguintes.
O próximo nível, o social, envolve relacionamentos amorosos, familiares, amizades, pertencimento a grupos. Em seguida, vem a estima, que segundo Maslow afirma que o ser humano tem a necessidade de se sentir estimado em seus relacionamentos, precisando que as pessoas ao seu redor reconheçam seu valor. Portanto, aqui nasce o reconhecimento, status e a autoestima.
Por fim, as necessidades de realizações pessoais são as mais complexas, sendo preciso trabalhar muito para alcançá-las tanto em âmbito pessoal como profissional. Estão relacionadas aos seus valores, à independência, criatividade, espontaneidade, ter controle de suas emoções e se autoconhecer.
Quando falamos da inveja e a associamos a pirâmide de Maslow, rapidamente pensamos em como todos nesses níveis, desde os mais básicos até aqueles que envolvem muitos anos de trabalho, podem influenciar no nível de inveja que sentimos.
O outro tem uma casa linda enorme e eu moro em um cubículo desconfortável. A minha necessidade fisiológica de conquistar algo que me proporcione mais conforto pode fazer com que eu sinta inveja do outro. Já em relação à autoestima, por exemplo, posso invejar aquele que é muito bem sucedido e aceito em círculos sociais dos quais eu gostaria de fazer parte.
O tema é complexo, mas vale entender a pirâmide porque ela nos fazer ter mais clareza de como as nossas necessidades podem despertar o sentimento de inveja.
Por mais que ninguém goste de admitir, o primeiro passo para lidar com a inveja é aceitá-la. É claro que existem níveis diferentes de inveja e algumas pessoas chegam a cometer crimes por conta desse sentimento que toma conta de si, mas a inveja que não faz mal, aquela que sentimos passageiramente pode ser trabalhada para que não se torne algo maior.
Após o período de aceitação, chega a hora de entender por que você sente inveja de determinada pessoa em relação a algo. Não é simples e exige um processo robusto de autoconhecimento.
Por fim, procure se aceitar, entendendo que você tem dificuldades, limitações e não é perfeito. Foque mais em si mesmo e menos na comparação com os outros. Até porque se o você quer se desenvolver e evoluir, as chances de chegar aonde almeja são muito maiores quando você está focado.
Dica: em muitos casos é aconselhável procurar um psicólogo para ajudar em todo esse processo, principalmente quando sentir que a inveja está tomando proporções enormes e prejudicando a sua vida. Durante a terapia você poderá vivenciar um profundo processo de autoconhecimento que contribui bastante para essa descoberta.
E quando você precisar lidar com pessoas invejosas? O que fazer?
Primeiro é preciso identificar esses indivíduos, por isso, confira abaixo alguns dos exemplos de comportamentos comuns a quem é invejoso:
Agora confira algumas dicas para lidar com pessoas invejosas que podem ajudar se você está passando por essa situação.
Antes de tomar qualquer medida, que tal tentar conversar com a pessoa que demonstra inveja de você? Um papo leve e sincero pode ser a solução caso a inveja seja consequência de uma autoestima baixa, por exemplo. Quem sabe ela se sente acolhida e repensa suas atitudes ao perceber que está com uma atitude nociva!
No entanto, se a pessoa realmente for agressiva e demonstrar maldade, não medindo esforços para tomar o que você tem, então uma conversa pode não ser a melhor alternativa. Nesses casos, procure se afastar e evitar convívio com a o indivíduo.
Os invejosos costumam gostar de ouvir sobre a vida alheia apenas para terem a oportunidade de se demonstrarem superiores. São competitivos e não admitem ficar para trás, portanto, evite falar sobre suas conquistas, desejos e realizações.
Por outro lado, os invejosos comemoram seus fracassos e dificuldades, por isso também deixe de falar sobre suas derrotas, falhas e medos. Eles irão utilizar isso para se exaltarem e farão com que você se sinta mal.
No geral, evite conversas profundas sobre a sua vida e não permita que a pessoa invejosa tenha acesso aos seus planos e sonhos. Quanto menos ela souber, melhor.
Caso a pessoa invejosa esteja no ambiente de trabalho e você seja obrigado a conviver com ela todos os dias, tome cuidado. Se a inveja estiver passando dos limites, sinalize os seus gestores de forma madura e consciente sobre o que está acontecendo.
Se possível e for do seu interesse, peça transferência de área para evitar um contato muito contínuo com a pessoa em questão. Conversar com os seus superiores sobre a situação é a maneira mais eficaz para evitar possíveis transtornos no ambiente de trabalho. Dessa forma, eles estarão conscientes e tomarão as atitudes que considerarem necessárias sem que você precise se expor demasiadamente.
Em alguns casos, a inveja alheia incomoda tanto que acaba trazendo energia negativa e ocasionando em momentos muito ruins para quem sofre com os invejosos. Nesses casos, pode ser muito interessante fazer terapia para expor o que você sente e aprender a lidar de maneira ainda mais inteligente com pessoas invejosas.
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A pessoa invejosa é quem precisa resolver as suas questões e não o alvo da inveja. Se em algum momento você já sentiu culpa ou pensou em mudar quem é por conta do invejoso, liberte-se e busque outras maneiras de amenizar a situação.
Um comportamento muito comum de quem sofre com os invejosos é começar a repensar as suas atitudes para amenizar a inveja alheia. Com certeza isso não irá solucionar os problemas e ainda trará muitas frustrações.
Se a causa raiz da inveja for o sentimento de inferioridade e o invejoso em si não estiver fazendo nenhum mal a você, procure elogiá-lo. Ao ressaltar as suas qualidades e valorizar seus pontos positivos, pode ser que ele perceba que é alguém tão especial quanto qualquer outro.
Criar o hábito de elogiar mais pode ser uma ferramenta poderosa para diminuir a inveja e criar um ambiente mais harmonioso em que todos se sintam valorizados e gratos.
Fonte: Vittude