Nascido em Porto Alegre (RS), Fernando Belmonte, engenheiro de 59 anos, se identificou com a área de indústria e empreendedorismo ainda pequeno - "Acho que sempre tive uma vocação para coisas técnicas - eu desmanchava meus brinquedos quando era criança, nem sempre conseguia remontá-los. Já era uma curiosidade pela área de engenharia, que veio de berço", conta.
Quando criança, um dos presentes mais marcantes que teve foi um robô de brinquedo, movido a pilha, que realizava uma sequência de movimentos. Logo se interessou pelos detalhes e começou a desmontá-lo para explorar as possibilidades - "Essa curiosidade de desmontar as coisas para ver como elas funcionavam era algo típico de minha infância. Acho que veio do DNA de engenheiro", relata Fernando, que é graduado em engenharia elétrica, com especialização em sistemas digitais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
A partir de seus estudos, o empresário desenvolveu o interesse pela transformação digital na atualidade - "A ideia surgiu de uma paixão pela nova era digital que está afetando todo o planeta. Há uns 10 anos comecei a estudar esse processo e me deparei com os marketplaces. Como trabalhei a vida toda na indústria, foi natural pensar em trazer um marketplace para esse ambiente, que conheço há 40 anos", pontua.
Há seis anos inspirou um sócio alemão a abrir um marketplace na Europa focado em automação industrial, área em que atua desde a década de 80. "Acompanhei o projeto desde a gênese na Europa e sempre houve a ideia de reproduzir no Brasil. Em 2020, com o advento da pandemia, tomamos coragem e em julho tiramos o projeto do freezer, iniciando as atividades do Melhor Indústria em território nacional", explica o empresário.
Enquanto para muitos setores a pandemia foi um fator de receio, para Fernando foi o momento acelerador da ideia, uma vez que a transformação digital estava em seu auge. Apesar das possíveis dificuldades, Belmonte enfatiza a importância dessa adversidade no alcance do sucesso. "Quem realmente gosta de empreender, não deveria ter receios, pois quando não acontece o que era imaginado, você sai do empreendimento com um aprendizado. Não existe projeto que dê errado, existe projeto que você aprende de um jeito ou de outro", acrescenta.
Hoje, o Melhor Indústria já soma mais de 3.500 compradores cadastrados na plataforma, mais de 100 vendedores registrados, além de um GMV (volume bruto de mercadorias) de 4,5 milhões no ano de 2022. O marketplace conta com um catálogo completo de MRO (manutenção reparo e operação), também gerando um canal complementar de vendas com custo fixo zero para os vendedores.
O empresário explica que, quando consolidado no Brasil, o objetivo é abrir filiais do Melhor Indústria nos principais países industrializados da América Latina, além de triplicar o faturamento neste ano. "Queremos ser a "Loja de todo MRO", parafraseando Jeff Bezos, para todos os segmentos da Indústria", conclui.