O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), ingressou com uma representação no Ministério Público gaúcho contra o ex-deputado federal Jean Wyllys (PT) por declarações consideradas pelo gestor como homofóbicas. A denúncia foi feita nesta quarta-feira (19), dias depois de uma discussão entre os dois a respeito de escolas cívico-militares.
A informação sobre a representação foi anunciada pelo governador, em sua conta no Twitter, nesta quinta-feira (20). Em um vídeo, o chefe do Executivo do Rio Grande do Sul explicou os motivos que o levaram a acionar o Ministério Público e disse que o preconceito "não pode ser tolerado", seja qual for a bandeira política.
– A sociedade que a gente defende é uma sociedade de respeito, de tolerância, em que as pessoas sejam julgadas pelo seu caráter, pela sua capacidade, pela sua honestidade, não pela cor da pele, não pela crença religiosa, não pela orientação sexual – declarou.
SOBRE A DISCUSSÃO
Na última sexta-feira (14), o governador fez uma publicação em seu Twitter anunciando que manteria o formato de escolas cívico-militares no Rio Grande do Sul. A declaração do gestor estadual foi feita após o governo federal ter decidido encerrar o Programa Nacional de Escolas Cívico-Militares (Pecim), criado em 2019, no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Horas depois, Jean Wyllys criticou o anúncio do governador, mas focou seu ataque principalmente no fato de a "decisão ter partido de um político assumidamente gay". Na postagem, Wyllys ainda escreveu que "gays com homofobia internalizada em geral desenvolvem libido e fetiches em relação ao autoritarismo e aos uniformes".
Ainda na última sexta, Eduardo Leite comentou a fala do ex-deputado e chamou a declaração de "manifestação deprimente e cheia de preconceitos em incontáveis direções".
O advogado Lucas Mourão, que representa o ex-deputado, afirmou que a defesa ainda não foi notificada pelo Ministério Público e que não teve acesso ao conteúdo da representação.
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