Os representantes legais do Twitter estão ameaçando a Meta de processo por causa do recém-lançado Threads. A acusação é que a big tech também dona do Instagram, Facebook e WhatsApp contratou ex-funcionários do Twitter que ajudaram a criar uma "cópia".
A informação foi divulgada nesta quinta-feira (06) pelo site Semafor, que revelou que Alex Spiro, advogado do Twitter, enviou uma carta para Mark Zuckerberg, CEO da Meta.
De fato, a rede social do pássaro azul demitiu milhares de funcionários desde que Elon Musk tomou posse da empresa no final do ano passado. E de acordo com Spiro, "dezenas" destas pessoas dispensadas foram contratadas pela Meta e "tinham e continuam tendo acesso aos segredos comerciais" e "outras informações altamente confidenciais".
No documento, Spiro ainda defende que houve "apropriação indevida sistemática, intencional e ilegal dos segredos comerciais do Twitter e outras propriedades intelectuais". Ele chega a acusar as pessoas que trabalhavam no Twitter de "reterem de maneira inapropriada documentos e equipamentos eletrônicos".
"O Twitter pretende fazer cumprir rigorosamente seus direitos de propriedade intelectual e exige que a Meta tome medidas imediatas para parar de usar quaisquer segredos comerciais do Twitter ou outras informações altamente confidenciais", diz um trecho da carta.
Possível batalha jurídica
O Semafor publicou a íntegra da carta escrita por Alex Spiro e o documento mostra outros "pedidos" feito Mark Zuckerberg. Spiro redige, por exemplo, que a Meta está proibida de rastrear dados ou seguidores do Twitter.
"A raspagem [de dados] de quaisquer serviços do Twitter é expressamente proibida por qualquer motivo sem o consentimento prévio do Twitter", destaca uma parte do documento.
Por último, ele ameaça a big tech, dizendo que a carta é um aviso formal e que a empresa pode começar a preservar documentos relevantes em uma possível disputa judicial entre ambas. Os ex-funcionários do Twitter que agora estão na Meta também podem ser alvos de processo, inclusive.
O Threads
A nova rede social de estilo microblogging da Meta, o Threads, foi lançado na noite de ontem (05) em mais de 100 países, incluindo o Brasil. A plataforma foi um sucesso absoluto, conquistando 2 milhões de usuários em duas horas e 10 milhões em sete horas.
"Pode demorar um pouco, mas deveríamos ter um aplicativo de conversas públicas com 1 bilhão de pessoas nele. O Twitter teve a oportunidade de fazer isso, mas não acertou em cheio", disse Mark Zuckerberg. "Espero que nós consigamos."
Já disponível no Android e iOS, o Threads é um aplicativo foca em publicações em texto. Os usuários podem realizar publicações de até 500 caracteres e inserir vídeos e fotos nas postagens.
Outro lado
Uma fonte da Meta afirmou para o site Semafor que as acusações da companhia de Elon Musk são falsas. "Ninguém na equipe de engenharia do Threads é um ex-funcionário do Twitter – isso simplesmente não existe", afirmou a representante.
O Twitter não se pronunciou oficialmente sobre o caso até o momento, mas Musk, sim. Em uma publicação que fazia referência ao caso, ele disse que "competição é bom, mas trapacear, não".
Semafor