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Google irá remover notícias

Google irá remover notícias das buscas no Canadá devido a nova lei


O Google divulgou planos de remover artigos de notícias do Canadá de seu mecanismo de busca e de outros produtos relacionados no país. Essa decisão vem como resposta à aprovação de uma nova lei no Canadá, que exige que grandes plataformas online passem a remunerar os editores de notícias pelo uso de seu conteúdo. Assim, a empresa pretende se adaptar às novas exigências legais que entrarão em vigor.

Em um comunicado nesta quinta-feira (29), o Google afirmou que o Projeto de Lei C-18 do Canadá – conhecido como Lei de Notícias Online – que foi aprovado na semana passada – "permanece incompatível".

"Informamos agora ao governo que, quando a lei entrar em vigor, infelizmente teremos que remover os links para notícias canadenses de nossos produtos de busca, notícias e descobertas no Canadá", disse a empresa.

"Estamos decepcionados que tenha chegado a isso. Não tomamos essa decisão ou seus impactos de forma leviana e acreditamos ser importante ser transparente com os editores canadenses e nossos usuários o mais cedo possível".

Essa movimentação pode ter um efeito devastador sobre os veículos de notícias canadenses, muitos dos quais já estão enfrentando dificuldades financeiras e passaram por várias rodadas de demissões nos últimos anos.
A Meta Platforms Inc também anunciou na semana passada que encerrará o acesso a notícias para usuários canadenses em suas plataformas, incluindo Facebook e Instagram, devido à nova legislação.

"Hoje, estamos confirmando que a disponibilidade de notícias será encerrada no Facebook e Instagram para todos os usuários no Canadá antes da entrada em vigor do Online News Act", disse a Meta em comunicado após a aprovação da lei em 22 de junho.

O governo canadense defendeu o Projeto de Lei C-18, que se espera que entre em vigor em seis meses, como parte de seus esforços para garantir "uma distribuição justa de receitas entre plataformas digitais e veículos de notícias".

O ato estabelece regras para forçar plataformas online a negociar acordos comerciais e pagar aos editores de notícias pelo seu conteúdo, um passo semelhante a uma lei pioneira aprovada na Austrália em 2021.

"Graças ao Online News Act, as redações em todo o país agora poderão negociar de forma justa a compensação quando seu trabalho aparecer nas maiores plataformas digitais", disse o Ministro do Patrimônio Canadense, Pablo Rodriguez, em comunicado este mês.

"Isso equilibra o jogo colocando o poder das grandes empresas de tecnologia sob controle e garantindo que até mesmo nossas menores empresas de notícias possam se beneficiar através desse regime e receber uma compensação justa por seu trabalho."

Mas os gigantes da tecnologia dos EUA disseram que as propostas são insustentáveis ??para seus negócios.

O Google argumentou que a lei do Canadá é mais ampla do que as da Austrália e da Europa, dizendo que coloca um preço nos links de notícias exibidos nos resultados de pesquisa e pode ser aplicado a veículos que não produzem notícias.

Na quarta-feira, o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, disse a repórteres que as conversas com o Google sobre a nova legislação estavam "em andamento".

"É importante encontrarmos uma maneira de garantir que os canadenses possam continuar acessando o conteúdo de várias maneiras diferentes – mas também protegemos o jornalismo independente e rigoroso que tem um papel fundamental em nossas democracias", disse Trudeau.

"Sabemos que a democracia só funciona com uma mídia forte, independente e diversificada e continuaremos defendendo isso."

De acordo com dados do governo canadense , as receitas totais da televisão, rádio, jornais e revistas canadenses caíram quase US$ 4,5 bilhões (US$ 6 bilhões de dólares canadenses) entre 2008 e 2020.

Desde 2008, pelo menos 474 veículos de notícias fecharam em 335 comunidades em todo o Canadá.

Os meios de comunicação afetados pela decisão do Google seriam baseados na definição do governo de "negócios de notícias qualificados" quando as regras forem finalizadas para implementação.

"O Google e o Facebook fecharam as organizações de notícias canadenses de suas plataformas e decidiram ser ditadores de quais informações os canadenses podem pesquisar, descobrir e consumir. Isso viola os próprios fundamentos de uma internet aberta", disse a Associação Canadense de Jornalistas na quinta-feira.

"O egoísmo corporativo está acabando com a democracia canadense."


GAZETA BRASIL, AL JAZEERA E REUTERS

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