A Leiaute Comunicação, empresa de Sidônio Palmeira, atual ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom) do governo Lula (PT), recebeu R$ 301 milhões do governo da Bahia entre 2020 e 2024, durante as gestões de Jerônimo Rodrigues e Rui Costa, ambos do PT. Os dados estão disponíveis no Portal da Transparência do governo baiano.
Segundo Sidônio, a maior parte dos recursos foi destinada a emissoras de rádio, TV, mídias impressa e digital para campanhas de publicidade institucional. A Leiaute reteve cerca de 15% do total (aproximadamente R$ 45 milhões em quatro anos), enquanto o restante foi repassado a fornecedores e parceiros contratados para produzir conteúdos publicitários.
Histórico de contratos e investigações
Entre 2020 e 2024, a Leiaute firmou três contratos com o governo da Bahia, incluindo:
- Um contrato emergencial de R$ 35 milhões em 2020, durante a pandemia, dividido entre três agências.
- Um contrato anual inicial de R$ 142 milhões, firmado após licitação em 2021, prorrogado até 2023 com aditivos que elevaram o valor para R$ 177 milhões anuais.
- Um novo contrato de R$ 15 milhões em 2023, compartilhado com outras duas empresas, para ações de comunicação digital.
Além disso, a empresa foi investigada pelo Ministério Público da Bahia por suspeitas de irregularidades em subcontratações. O processo foi encerrado em 2023 após o pagamento de uma multa de R$ 306 mil e a implementação de políticas de ética e compliance.
Relação com o PT e a campanha presidencial
A ligação de Sidônio Palmeira com o PT vem desde 2006, quando Jaques Wagner assumiu o governo da Bahia. Desde então, a Leiaute tornou-se uma das principais responsáveis pelas campanhas de publicidade do Estado.
Outra empresa de Sidônio, a Nordx Estratégia e Criatividade, também recebeu R$ 2,2 milhões do diretório nacional do PT em 2024. Durante a campanha presidencial de 2022, a Nordx recebeu R$ 37,9 milhões por serviços de marketing para a candidatura de Lula.
Sidônio alegou ter reduzido sua participação ativa na gestão da Leiaute nos últimos anos e declarou que viagens pessoais a Brasília foram custeadas com recursos próprios.
Contratações e transparência
Sidônio destacou que todas as contratações da Leiaute foram realizadas de forma pública e transparente, com aprovação da Procuradoria-Geral do Estado da Bahia. Ele enfatizou que a empresa não retém integralmente os recursos, sendo parte significativa destinada à produção de conteúdos e campanhas publicitárias realizadas por fornecedores terceirizados, contratados por meio de cotações de mercado.
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