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Política

Temer diz que fala de Lula sobre golpe não merece comentário


O ex-presidente Michel Temer (MDB) rebateu a fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Para ele, a fala do petista "não merece comentário".

Ao visitar a galeria de ex-presidentes nesta quinta-feira (19), Lula pediu que as fotos tragam mais informações, citando que Jair Bolsonaro (PL) foi "eleito com mentiras" e Temer, que assumiu após o impeachment de Dilma Roussef (PT), chegou ao comando do país por "golpe".

"O que eu quero é que conte a história. A Dilma foi eleita, foi reeleita, depois sofreu impeachment, por um golpe. Depois esse aqui não foi eleito [Michel Temer]. Tomou posse em função do impeachment", disse Lula.

Dilma Rousseff (PT) deixou o cargo em agosto de 2016, três meses após a tramitação do processo iniciado no Senado.

A fala de Lula causou reação negativa entre lideranças do MDB. Aliados do governo admitem que a declaração atrapalha a relação com o governo, visto o prestígio que Temer tem dentro do partido.

A legenda ocupa três ministérios no governo Lula. Está à frente dos Transportes (Renan Filho), Planejamento (Simone Tebet) e Cidades (Jader Filho). Além disso, já de olho em 2026, integrantes do governo falam em retomar a aliança PT e MDB. O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), é citado frequentemente como uma das opções para compor a chapa na disputa pela reeleição de Lula.

O partido de Temer é uma importante força política para o governo Lula. Em 2025, a legenda vai administrar 855 prefeituras, atrás apenas do PSD, que elegeu 887 prefeitos. Os dois partidos, ambos do Centrão, vão governar cerca de 37 milhões de habitantes cada um.

A ampla aliança com o PT, no entanto, sempre enfrentou resistências. Em participação no CNN Entrevistas, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), reeleito com apoio de uma ampla coalizão de centro-direita, disse esperar que o MDB assegure os preceitos da democracia interna e garanta uma decisão colegiada sobre as eleições de 2026. "Eu sou contra [o MDB apoiar o governo Lula]", afirmou.

Bolsonaro

"O alçado ao poder, mais uma vez, questiona o processo legítimo e democrático do impeachment de Dilma, e absolutamente nada lhe acontecerá ou será prontamente atribuído, como o contínuo desrespeito às instituições, questionando constantemente o processo democrático, além da fabricação diária de fake news. Tudo aquilo que rotulam nos outros", escreveu Bolsonaro nas redes sociais.

"Por isso, querem tanto censurar o povo, impedir que você saiba a verdade, e a tentativa ininterrupta de mudar a história, "fabricando" as informações que lhes são convenientes", acrescentou o ex-presidente.

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