Preços das carnes sobem, poder de compra diminui, e insatisfação da população aumenta
A promessa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de tornar a picanha e o churrasco de fim de semana mais acessíveis continua a ser um desafio persistente. Durante a campanha presidencial, a proposta foi apresentada como um símbolo do compromisso do governo com o combate à inflação. No entanto, a realidade atual é bem diferente: a inflação dos alimentos não cede, os preços das carnes aumentam, e a população sente o impacto no bolso.
Nos 12 meses encerrados em novembro, a inflação oficial foi de 4,87%, superando o teto da meta de 4,5% estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Esse cenário inflacionário, agravado pela alta do dólar e pelo descontrole das contas públicas, levou o Banco Central (BC) a elevar a taxa Selic em um ponto percentual na última quarta-feira (11), como medida para conter a inflação.
Alta dos alimentos e carnes pressiona governo
Em novembro, os preços dos alimentos e bebidas subiram 1,55%, enquanto o aumento das carnes foi de 8%. Esse aumento contínuo representa um desafio para o governo, especialmente em um contexto onde o compromisso de reduzir os custos dos alimentos foi amplamente divulgado durante a campanha.
População insatisfeita com a carestia
Uma pesquisa Genial/Quaest divulgada na quarta-feira revelou o crescente descontentamento da população. De acordo com o levantamento:
- 68% dos entrevistados afirmaram que o poder de compra diminuiu em relação ao ano anterior (em outubro, eram 61%).
- 78% disseram que os preços dos alimentos nos supermercados subiram (em outubro, eram 65%).
Esse cenário inflacionário afeta diretamente a percepção do desempenho econômico do governo. Apenas 27% dos entrevistados acreditam que a economia melhorou nos últimos 12 meses, uma queda em relação aos 33% registrados em outubro.
Medidas para conter a inflação
Diante dessa situação, o Banco Central já sinalizou que poderá aumentar a taxa Selic em um ponto percentual nas próximas duas reuniões. Enquanto o PT frequentemente minimiza o impacto da inflação, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reconhece a gravidade do problema. Ele entende que, sem controlar a inflação, os avanços em emprego e renda podem ser neutralizados.
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