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Envelhecimento e pobreza são principais fatores de risco para cegueira

Por Redação 16/06/2023 às 11:33:17

Pessoas de faixas etĂĄrias mais elevadas e com menor poder aquisitivo estão mais suscetĂ­veis a cegueira ou baixa visão, de acordo com relatório divulgado nesta quinta-feira (15) pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO).


O documento, intitulado As Condições da SaĂșde Ocular, faz uma radiografia do segmento no paĂ­s, tomando como base estimativas mundiais da prevalĂȘncia de doenças oftalmológicas, somadas a dados demogrĂĄficos e socioeconômicos do Brasil.


De acordo com o estudo, as principais causas de cegueira ou baixa visão incluem catarata, erros refrativos não corrigidos, glaucoma e degeneração macular relacionada à idade.


A Organização Mundial da SaĂșde (OMS) estima que 2,2 bilhões de pessoas tĂȘm algum tipo de deficiĂȘncia visual – dessas, pelo menos 1 bilhão tĂȘm deficiĂȘncia visual moderada ou grave, ou cegueira que, segundo o conselho, poderia ter sido evitada, ou ainda não foi tratada.


A catarata e os erros de refração não corrigidos são as duas principais causas de deficiĂȘncia visual reversĂ­vel e representam 75% de todos os tipos de deficiĂȘncia visual, sobretudo entre grupos etĂĄrios mais altos.


"Entre os fatores de risco para esses quadros, destaca-se o envelhecimento da população, além de mudanças no estilo de vida e a urbanização. Também influencia esse cenĂĄrio a falta de acesso a um atendimento oftalmológico de qualidade", ressaltou o conselho, em nota.

Brasil

O CBO destaca que, assim como a idade, a pobreza também conduz à perpetuação de problemas de saĂșde, incluindo a saĂșde ocular. A estimativa é que o paĂ­s tenha 1,5 milhão de pessoas cegas, sendo 948,1 mil em grupos economicamente vulnerĂĄveis; 857 mil na chamada classe média; e 174 mil entre os com maior poder aquisitivo.

"Além de ser mais recorrente em pessoas de menor renda, a deficiĂȘncia visual também causa maior impacto nessa parcela da população que, com a chegada do problema ocular, sofre as consequĂȘncias de produtividade e as dificuldades de acesso às fases de reabilitação e de educação dos cegos."

De acordo com o relatório, os efeitos econômicos da deficiĂȘncia visual podem ser divididos em dois tipos: custos diretos gerados pelo tratamento das doenças oculares, incluindo serviços médicos, produtos farmacĂȘuticos, pesquisa e administração; e custos indiretos relacionados à perda de ganhos e os gastos com recursos visuais, equipamentos, reformas em moradias, reabilitação, perda de receita fiscal, além da percepção de dor, sofrimento e morte prematura resultantes do problema visual.

"Para se ter uma ideia da dimensão dos nĂșmeros, em 2012, os custos globais diretos com a cegueira foram estimados em U$ 25 bilhões, o que pode ser, no mĂ­nimo, multiplicado por dois, quando levamos em conta os custos indiretos", avaliou a entidade.

Prevenção

Dentre as estratégias apontadas pelo documento para reverter esse cenĂĄrio estĂĄ o conhecimento real sobre a incidĂȘncia e prevalĂȘncia de dados sobre a saĂșde ocular, algo classificado como "fundamental" para definição e planejamento de polĂ­ticas pĂșblicas especĂ­ficas.

Outro ponto considerado importante é conhecer o nĂșmero de médicos oftalmologistas disponĂ­veis para coordenar ações de prevenção, diagnóstico e tratamento de problemas oculares. "De posse dessa informação, a gestão pode desenvolver planos de ação com a disponibilidade de força de trabalho especializada, identificando possĂ­veis lacunas no atendimento e possibilitando o ajuste dos planos de recursos humanos".

O relatório aponta ainda a necessidade de ampliar o acesso a serviços oftalmológicos e monitorar o volume de procedimentos realizados. "Segundo os especialistas, ao estabelecer metas e acompanhar indicadores, é possĂ­vel traçar estratégias mais precisas para combater a deficiĂȘncia visual e garantir o acesso igualitĂĄrio a serviços oftalmológicos de qualidade em todo o mundo.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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