Uma menina de 11 anos foi resgatada na ilha italiana de Lampedusa, na quarta-feira (11), após três dias no mar. A ação foi feita por integrantes da instituição de caridade Compass Collectiva, que ouviram gritos vindos da água enquanto faziam uma expedição de rotina. Ela foi encontrada vestindo um colete salva-vidas e agarrada em uma boia.
À tripulação, a menina contou que partiu da cidade de Sfax, na Tunísia, em uma embarcação com 44 pessoas. Enquanto seguia a rota de migração pelo Mar do Mediterrâneo, o barco presenciou uma forte tempestade, que provocou fortes rajadas de ventos e ondas de 2,5 metros de altura. A embarcação não resistiu e afundou.
Ao ser jogada na água, a menina se agarrou a uma boia para não se afogar. Ela disse que outras duas pessoas estavam perto dela, mas que "o mar as levou embora" dois dias antes. Durante o tempo que esteve à deriva, a criança ficou sem beber água ou ingerir alimentos. Quando resgatada, os socorristas disseram que ela estava sofrendo de hipotermia.
Após assistência médica, a menina foi transferida para um centro de detenção de migrantes, que conta com a ajuda de voluntários da Cruz Vermelha italiana.
"Foi uma coincidência incrível ouvirmos a voz da criança", disse Matthias Wiedenlübbert, capitão do barco de resgate Trotamar III. Ele contou que a tripulação chegou a procurar por outros sobreviventes, mas que não encontraram. "Presumimos que ela seja a única sobrevivente do naufrágio e que as outras 44 pessoas se afogaram", disse.
A rota do Mediterrâneo é uma das travessias mais perigosas do mundo. O trajeto, no entanto, é frequentemente utilizado por imigrantes devido à curta distância entre a Líbia, a Tunísia e o sul da Europa. Dados da Organização Internacional para as Migrações apontam para mais de 24,3 mil desaparecidos ou mortos durante a travessia desde 2014.
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br/