O Ministério da Defesa de Taiwan informou nesta terça-feira (10) que a China realizou a maior movimentação marítima em torno da costa taiwanesa em quase três décadas. De acordo com as autoridades taiwanesas, cerca de 90 embarcações chinesas foram enviadas, cobrindo uma área que se estende das ilhas do Japão até a região meridional da China.

A ação, segundo o ministério, tem como objetivo limitar a vinda de aliados de Taiwan, como os Estados Unidos e o Japão, em caso de um ataque à ilha.

O general e alto funcionário Hsieh Jih-sheng declarou que a China expandiu significativamente sua força militar para além de suas fronteiras.

A operação ocorre após o presidente de Taiwan, Lai Ching-te, do Partido Democrático Progressista, realizar visitas ao Havaí e a Guam, territórios dos Estados Unidos no Pacífico. Nessas viagens, Lai buscou estreitar relações com o governo norte-americano e reforçou a posição de Taiwan como uma nação independente e soberana.

A postura contraria a visão da China, que considera Taiwan uma província rebelde e separatista. Autoridades de Taipei destacaram que a força marítima chinesa tem concentrado atividades nas costas sudoeste, leste e noroeste da ilha.

Além disso, pelo menos 47 aviões de guerra e 12 navios militares chineses estariam operando próximos ao território taiwanês. Até o momento, a ditadura comunista de Xi Jinping não se pronunciou sobre as manobras.

Taiwan é um território insular que se separou da China em 1949, após a vitória das forças comunistas na guerra civil que levou à criação da República Popular da China. Desde então, Taiwan passou por uma transição democrática e afirma ser um país independente, posição rejeitada pelo governo chinês, que insiste em classificar a ilha como uma parte inseparável de seu território.

Nos últimos anos, exercícios militares chineses têm sido frequentes como forma de pressionar Taiwan. Contudo, a ascensão de Lai Ching-te à presidência, em maio de 2024, intensificou as tensões.

O líder taiwanês reiterou sua oposição à narrativa chinesa e prometeu resistir a qualquer tentativa de invasão ou anexação do território.

Do lado chinês, o chanceler Wang Yi afirmou que aqueles que defenderem a independência de Taiwan serão duramente punidos.

Fonte: Gazeta Brasil