A recente declaração da primeira-dama
Rosângela Lula da Silva, a Janja, contra Elon Musk, durante o G20 Social,
reacendeu o debate sobre os limites da atuação pública de figuras
institucionais. Ao usar um linguajar ofensivo contra o bilionário, que é aliado
próximo de Donald Trump, futuro presidente dos Estados Unidos, Janja não apenas
tensionou as relações com um importante ator global, mas também deu munição a
críticos do governo brasileiro.
Elon Musk, que assumirá um
cargo estratégico no governo Trump, representa uma figura de peso no cenário
tecnológico e político mundial. Ao atacá-lo, Janja desvia os holofotes de
questões importantes, como as críticas de Musk a Alexandre de Moraes e ao
governo Lula, e acaba trazendo para si o protagonismo de um episódio
diplomático desnecessário. Essa postura coloca o governo em uma posição
vulnerável diante de uma possível retaliação de Trump e sua base política,
especialmente em um contexto global onde as alianças internacionais são
fundamentais para a estabilidade econômica e política do Brasil.
A retórica inflamada da
primeira-dama reforça as críticas ao Planalto, que vem enfrentando um
derretendo em péssimas avaliações e já é visto como um "anão diplomático" por
muitos, especialmente em um momento em que os Estados Unidos estudam punições
para países acusados de censura, medida que mira diretamente o ministro
Alexandre de Moraes. A questão não é apenas de tom, mas de estratégia: será que
o governo pode se dar ao luxo de criar inimigos internacionais em nome de
discursos que poderiam ser conduzidos de maneira mais técnica e moderada?
Neste cenário, é crucial que as
lideranças do governo, incluindo Janja, compreendam o impacto de suas palavras
no tabuleiro diplomático global. A atuação de uma primeira-dama vai além de
opiniões pessoais; trata-se de representar o país em espaços de diálogo e
cooperação, onde o Brasil deve fortalecer sua posição como um player relevante,
e não como um protagonista de crises evitáveis.
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