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São Paulo registra morte por febre maculosa

Por Eliashacker.com.br 13/06/2023 às 16:45:10

O Instituto Adolfo Lutz, da Secretaria de Estado da SaĂșde de São Paulo, confirmou o diagnóstico de febre maculosa em uma mulher residente em São Paulo, que morreu em 8 de junho. A paciente, de 36 anos, começou a apresentar febre e dores de cabeça em 3 de junho e foi internada no dia 6 na capital paulista. A confirmação ocorreu nesta segunda-feira (12).

O namorado - um homem de 42 anos que morreu no mesmo dia - apresentou sinais e sintomas parecidos e foi internado em 7 de junho na cidade de JundiaĂ­. Seu exame segue em anĂĄlise no Instituto Adolfo Lutz.

A mulher relatou marcas de picada de inseto no corpo após uma viagem do casal a Campinas, no interior paulista. Ela e ele fizeram viagem juntos para o municĂ­pio de Monte Verde, em Minas Gerais, na semana seguinte da viagem a Campinas.

A Associação dos Pesquisadores CientĂ­ficos do Estado de São Paulo divulgou nota externando receber com preocupação a notĂ­cia de mortes provocadas pela febre maculosa. Ela afirmou que, nos Ășltimos anos, o estado vem sofrendo um desmonte da estrutura de pesquisa cientĂ­fica, essencial para orientar ações de vigilância epidemiológica.

"Importante alertar que a SuperintendĂȘncia de Controle de Endemias (Sucen), responsĂĄvel pelos estudos nesta ĂĄrea, foi extinta em 2020, durante o governo de João Doria. A estrutura, composta por 14 laboratórios, sendo dois na capital paulista e 12 em diferentes regiões do estado, estĂĄ até hoje com operações comprometidas, afetando e até cancelando novas pesquisas", informou a nota.

A associação disse que entregou ao Instituto Pasteur, em março, uma proposta para que os laboratórios sejam incorporados ao Pasteur, mas aguarda decisão do governo do estado. "Sem investimentos em ciĂȘncia, a resposta a casos como este, de morte provocada por uma bactéria, fica comprometida e expõe a sociedade ao risco de novos casos e mortes", afirmou a entidade.

Como é a doença

A febre maculosa é uma doença infecciosa, febril aguda e de gravidade variĂĄvel.

A doença é causada por bactéria do gĂȘnero Rickettsia, transmitida por picada de carrapato. Ela não é transmitida diretamente entre pessoas pelo contato. No Brasil, os principais vetores são carrapatos do gĂȘnero Amblyomma.

De acordo com o Ministério da SaĂșde, a doença pode variar desde formas clĂ­nicas leves e atĂ­picas até formas graves, com alta taxa de letalidade.

Os principais sintomas da febre maculosa são dor de cabeça intensa, nĂĄuseas e vômitos, diarreia e dor abdominal, dor muscular constante, inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés, gangrena nos dedos e orelhas e paralisia dos membros que começa nas pernas e vai subindo até os pulmões causando parada respiratória.

A prevenção da febre maculosa é baseada em impedir o contato com o carrapato. Portanto, em locais onde haverĂĄ exposição a carrapatos, algumas medidas podem ajudar a evitar a infecção: usar roupas claras para ajudar a identificar o carrapato; utilizar calças, botas e blusas com mangas compridas ao caminhar em ĂĄreas arborizadas e gramados; evitar andar em locais com grama ou vegetação alta e usar repelentes de insetos.

Além disso, o Ministério da SaĂșde recomenda a remoção - com uma pinça - se um carrapato for encontrado no corpo; não apertar, nem esmagar o carrapato e, depois de remover o carrapato inteiro, lavar a ĂĄrea da mordida com ĂĄlcool ou sabão e ĂĄgua. Quanto mais rĂĄpido retirar os carrapatos do corpo, menor serĂĄ o risco de contrair a doença.

Sintomas

A Secretaria de Estado da SaĂșde de São Paulo alerta que os sintomas podem ser facilmente confundidos com outras doenças que causam febre alta e que hĂĄ no estado duas espécies da bactéria causadora da doença.

Na região metropolitana da capital, hĂĄ pouquĂ­ssimos registros dada a urbanização da ĂĄrea. E, no interior do estado, a doença passou a ser detectada a partir da década de 1980, nas regiões de Campinas, Piracicaba, Assis, nas regiões mais periféricas da ĂĄrea metropolitana de São Paulo e no litoral, mas em uma versão mais branda. Ambas as versões são potencialmente letais e demandam atendimento rĂĄpido para o recebimento de antibiótico especĂ­fico.

Dados do governo paulista apontam que os municĂ­pios de Campinas e Piracicaba são hoje os que apresentam o maior nĂșmero de vĂ­timas da doença. Em 2023, houve 10 casos de febre maculosa com quatro óbitos, inclusive o confirmado nessa segunda-feira (12).

"A Secretaria de Estado da SaĂșde reforça que as pessoas que moram ou se deslocam para ĂĄreas de transmissão estejam atentas ao menor sinal de febre e que procurem um serviço médico informando que estiveram nessas regiões para fazer um tratamento precoce e evitar o agravamento da doença", diz nota da secretaria.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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