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Marina fala em trabalhar dobrado pelo clima com Trump, mas esquece queimadas brasileiras


Ministra do Meio Ambiente expressa preocupação sobre impacto de Trump na política ambiental global
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, manifestou preocupação nesta quarta-feira (6) com os possíveis desafios que a eleição de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos pode representar para o cenário ambiental global.

Trump, que reiterou em sua campanha e em seu discurso de vitória a importância da exploração das vastas reservas de petróleo dos EUA — referindo-se ao produto como "ouro líquido" —, sinaliza uma política energética voltada para a independência e segurança econômica dos Estados Unidos. Essa abordagem visa fortalecer o país diante de potenciais crises energéticas e reduzir a dependência de fontes externas, mas também reacende o debate sobre as emissões de gases de efeito estufa.

"Os demais países, obviamente, vão ter que trabalhar dobrado por um país que não quer, suponhamos que não queira fazer a sua parte?", questionou Marina Silva durante uma coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, em Brasília, após a assinatura do "Pacto pelo Cerrado" e a divulgação de novos dados sobre desmatamento. Para muitos conservadores, essas preocupações refletem um receio de que políticas focadas em energia limpa possam frear o crescimento econômico e a competitividade de nações ocidentais.

Durante seu primeiro mandato, entre 2017 e 2020, Trump retirou os EUA dos Acordos de Paris, argumentando que as restrições impostas colocavam em desvantagem os interesses econômicos americanos em relação a outros países, especialmente China e Índia, grandes emissores de carbono. Essa decisão foi posteriormente revertida por Joe Biden, que recolocou os EUA no acordo.

Marina destacou que a questão climática é multifacetada, envolvendo não só preocupações ambientais, mas também disputas econômicas. "Todo mundo vai ter que se esforçar para ter produtos que não sejam carbono-intensivo", comentou a ministra, apontando para os desafios enfrentados por empresas que precisam se adaptar a uma economia global em que as regras de emissão de carbono são cada vez mais rígidas.

Trump e seus apoiadores defendem que um uso responsável e maximizado dos recursos naturais dos Estados Unidos é vital para manter empregos e a autonomia energética do país, equilibrando as prioridades ambientais com a prosperidade econômica.

agoranoticiasbrasil.com.br

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