A vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, confirmada na manhã desta quarta-feira (6), provocou reações imediatas nos mercados financeiros globais. No Brasil, o dólar atingiu R$ 6,12 às 11h21, registrando um aumento significativo com relação aos últimos dias. Essa valorização reflete o cenário de apreensão que tomou conta dos investidores diante das possíveis implicações econômicas do novo governo norte-americano.
Trump foi declarado vencedor após conquistar 276 votos no Colégio Eleitoral, ultrapassando o mínimo necessário para derrotar Kamala Harris, candidata do Partido Democrata. Além disso, o Partido Republicano conquistou a maioria no Senado, o que deve facilitar a implementação das propostas de Trump.
A eleição de Trump trouxe receios sobre a retomada de políticas protecionistas, como o aumento das tarifas sobre produtos importados e cortes de impostos, medidas que podem afetar o comércio global. Analistas alertam que, caso Trump cumpra suas promessas de campanha, o impacto nas economias emergentes será grande, com inflação crescente nos EUA e juros elevados pelo Federal Reserve, o que torna o dólar mais forte e eleva a pressão sobre países como o Brasil.
"É preciso concluir que Trump representa uma ameaça séria e até agora muito subestimada ao mercado de Tesouro dos EUA e, portanto, à estabilidade financeira global", afirmou Erik Nielsen, economista-chefe do Grupo UniCredit, ressaltando os riscos de uma política fiscal agressiva por parte do novo governo.
Diante da volatilidade nos mercados, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou que o "dia amanheceu mais tenso" devido ao discurso de campanha de Trump. Ele reforçou a importância de o Brasil "cuidar de casa" e fortalecer a economia interna para reduzir o impacto das incertezas globais.
Haddad destacou ainda que o tom das declarações de Trump parece ter mudado após a vitória, indicando uma postura mais moderada do que a adotada na campanha. "Entre o que foi dito e o que será feito, há uma diferença. O discurso pós-vitória já é mais moderado", comentou o ministro.
Com o dólar alcançando R$ 6,12, o maior valor em meses, o mercado aguarda com expectativa a resposta do governo brasileiro para conter a pressão cambial e preservar a estabilidade financeira. A equipe econômica de Haddad estuda um conjunto de medidas fiscais que podem incluir ajustes nas contas públicas, visando reduzir o impacto da valorização do dólar e proteger o poder de compra interno.
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