O
governo de Nicolás Maduro classificou a posição do Brasil, que se opôs à
inclusão da Venezuela no BRICS, como uma "agressão" e "gesto hostil". Em nota
emitida na quinta-feira (24), a chancelaria venezuelana comparou o governo de
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao de seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL),
afirmando que a decisão brasileira reflete uma postura de "ódio, exclusão e
intolerância".
"[
] A representação da chancelaria brasileira, liderada pelo
embaixador Eduardo Paes Saboia, decidiu manter o veto que o ex-presidente Jair
Bolsonaro aplicou durante anos à Venezuela, reproduzindo o ódio, a exclusão e a
intolerância promovidos desde os centros de poder ocidentais", afirmou a nota,
que considera o posicionamento brasileiro um alinhamento com políticas de
sanções contra o país.
O governo venezuelano também declarou que a atitude do Brasil
causa "indignação e vergonha" ao povo venezuelano, ao "manter a pior das
políticas" de Bolsonaro contra a Revolução Bolivariana.
Durante a 16ª Cúpula do BRICS, o presidente russo Vladimir Putin
manifestou publicamente seu desacordo com a posição brasileira sobre a
Venezuela. "Nossas posições não correspondem com as do Brasil em relação à
Venezuela", declarou Putin, ressaltando que mantém uma "relação amigável" com
Lula e que reconhece a reeleição de Maduro. O presidente russo, que defende a
integração da Venezuela ao grupo, expressou o desejo de que Brasil e Venezuela
possam resolver suas divergências.
A Rússia, que apoia a entrada da Venezuela no BRICS, foi uma das
vozes a favor da inclusão do país sul-americano, ressaltando a importância de
fortalecer alianças entre países emergentes.
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