O Ministério da Saúde admitiu
escassez de, ao menos, sete vacinas em Minas Gerais. Segundo a pasta, entre as
causas dos problemas estão atrasos na distribuição e desabastecimento. A
confirmação veio após a Associação Mineira de Municípios (AMM) denunciar, nessa
segunda-feira (2 de setembro), a falta das seguintes vacinas: tríplice viral,
hepatite A, febre amarela, varicela (catapora), raiva em cultura celular/vero,
meningocócica conjugada grupo C e meningocócica conjugada ACWY.
Com relação à vacina que previne
a catapora, o restabelecimento estĂĄ previsto apenas para o primeiro semestre de
2025. Em outros casos, como as vacinas tríplice viral (que previne sarampo,
caxumba e rubéola) e a contra febre amarela, a normalização deve ocorrer até
dezembro deste ano, segundo a pasta federal. Confira o detalhamento completo
abaixo.
A denúncia da AMM, assinada pelo
presidente da entidade, Marcus Vinicius, prefeito de Coronel Fabriciano,
alertou para o risco de surtos de doenças como sarampo devido à falta de
imunizantes. "Nosso calendĂĄrio de vacinação virou um queijo suíço; é mais fĂĄcil
perguntar quais vacinas estão disponíveis nos postos", disse Marcus Vinicius,
destacando que a ausĂȘncia prolongada de vacinas ameaça destruir o trabalho de
trĂȘs décadas de imunização.
O infectologista Leandro Curi
reforçou a importância de a população manter o cartão de vacinação em dia,
ressaltando que a vacinação é essencial para a proteção individual e coletiva
contra doenças. "É fundamental que o cidadão vĂĄ se vacinar, porque a vacinação
previne a doença para si e a transmissão para o outro", explica o médico.
Situação das vacinas
O Ministério da Saúde reconheceu que a vacina meningocócica conjugada grupo C
(Meningo C) estĂĄ em situação de desabastecimento devido a problemas com o fornecedor,
a Fundação Ezequiel Dias (Funed), que não teria cumprido o cronograma de
entregas de 2024. A fundação foi questionada sobre o cronograma. Além disso, a
vacina meningocócica conjugada ACWY, que tem sido utilizada para substituir a
Meningo C, também teve sua demanda aumentada, o que complicou ainda mais a
situação.
O Ministério também informou que
houve atraso na distribuição das vacinas contra hepatite A e febre amarela
devido a problemas de controle de qualidade. Para a febre amarela, uma
aquisição emergencial internacional estĂĄ em andamento, com previsão de
normalização dos estoques até dezembro de 2024.
A vacina contra a raiva, segundo
o Ministério, jĂĄ estĂĄ sendo distribuída após a assinatura do contrato com o
fornecedor, aguardando apenas a liberação pelo Instituto de Controle de
Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz).
No caso da vacina contra
varicela, a escassez foi atribuída a obstĂĄculos regulatórios e de fabricação.
Uma compra emergencial foi realizada no final de 2023 por meio do Fundo
Rotatório da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), com entregas
previstas para os próximos meses. No entanto, o reabastecimento completo só
estĂĄ previsto para o primeiro semestre de 2025, devido à produção limitada
tanto no mercado nacional quanto internacional.
Quanto à vacina tríplice viral,
que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, o Ministério informou que a
distribuição estĂĄ sendo contingenciada devido a problemas na entrega e
liberação pelo laboratório produtor. Uma compra emergencial foi feita via OPAS,
com previsão de normalização até dezembro de 2024.
Diante da situação, o Ministério
da Saúde recomenda que, "assim que os estoques forem restabelecidos, seja
realizado um resgate dos não vacinados e daqueles com esquema vacinal
incompleto, para garantir a continuidade da imunização".
Fonte: O Tempo