LARYSSA TORATTI E JÚLIA GALVÃO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
Apesar da pressão por parte do
governo pela assinatura de um acordo que encerraria a greve no INSS (Instituto
Nacional do Seguro Social), iniciada há mais de um mês, não houve consenso
entre os representantes dos trabalhadores e a paralisação continua.
O INSS afirma que a maior
pendência é com a Fenasps (Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores em
Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social), mas considera que o acordo
para acabar com o movimento já estaria firmado.
Isso por ter obtido, nesta
quinta-feira (28), o aceite da CNTSS (Confederação Nacional dos Trabalhadores
em Seguridade Social), ligada à CUT (Central Única dos Trabalhadores).
"Como a CNTSS tem
representatividade sindical, tem carta sindical e representa uma boa parcela
dos servidores, esse acordo já está assinado. As demais entidades assinarão
acordos aditivos junto ao que foi assinado na noite de ontem", informou o
órgão.
Já Thaize Chagas, diretora da
Fenasps e do Comando Nacional de Greve, afirma que a grande maioria das
reivindicações da categoria ficou de fora da proposta e, por esse motivo, a
greve continua.
"Nas reuniões, o governo recusou
todas as propostas e reafirmou o reajuste oferecido ao conjunto do
funcionalismo", diz Thaize.
A Condsef (Confederação dos
Trabalhadores no Serviço Público Federal), por sua vez, recusou na noite desta
quinta-feira (29) a proposta apresentada ao funcionalismo.
A negociação com a direção da
CNTSS foi realizada com a participação do ministro da Previdência, Carlos Lupi,
e o presidente do instituto, Alessandro Stefanutto, que estimou que os serviços
já voltariam a funcionar totalmente a partir desta sexta.
O acordo prevê a reestruturação
da remuneração de cargos de nível superior e intermediário, o reposicionamento
dos atuais servidores em janeiro de 2025, o reajuste da remuneração de ingresso
na carreira e o aumento da gratificação chamada de GDASS.
Segundo o acordo, a
reestruturação acontecerá em duas etapas: a primeira em janeiro de 2025 e a
segunda em abril de 2026.
A Fenasps critica o projeto e
avalia que a proposta não considera a ausência de reajuste da categoria por mais
de seis anos.
O Ministério de Gestão chegou a
enviar um convite à Fenasps para a assinatura do termo do acordo, mas a
federação não enviou representantes.
"Afirmamos que não iríamos, pois
não tínhamos recebido nenhuma proposta de acordo com as tratativas feitas na
quarta e quinta-feira e que isto se parecia mais com um ultimato. Na nossa
entidade, nenhuma decisão é tomada sem consultar a base da categoria", diz
Thaize Antunes.
"Informamos ontem [quarta-feira]
ao ministro que era possível fazer a reserva da dotação orçamentária que eles
já tinham oferecido e garantir a continuidade da negociação com o cumprimento
do acordo de greve de 2022, em especial aqueles da carreira que não têm impacto
financeiro."
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br/