O gravador de voz da cabine do
avião que caiu em Vinhedo (SP) registrou o momento em que o copiloto percebeu
que a aeronave estava perdendo sustentação e afirmou que era necessário "dar
potência" para tentar estabilizar.
O intervalo entre a constatação
da perda de altitude e a queda do avião durou apenas um minuto. A gravação
também mostra os gritos dos passageiros. O áudio da chamada
caixa-preta da aeronave foi obtido pelo Jornal Nacional.
O acidente aéreo que ocorreu na
última sexta-feira (9/8) matou 62 pessoas. A Polícia Civil de São Paulo, a
Polícia Federal e a Força Aérea Brasileira, por meio do Centro de Investigação e
Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), investigam o caso.
Segundo a FAB, os dois gravadores
de voo, o Cockpit Voice Recorder (gravador de voz da cabine) e o Flight Data
Recorder (gravador de dados de voo) — conhecidos como caixas-pretas — foram transferidos
para o Laboratório de Leitura e Análise de Dados de Gravadores de Voo do
Cenipa, em Brasília. Os trabalhos de preparação, extração e de gravação de
dados foram realizados com êxito pelos investigadores.
"Com relação ao CVR, está sendo
realizado um estudo minucioso dos diálogos e sons estabelecidos na cabine e com
o controle do espaço aéreo. Ainda, por meio do CVR, devem ser identificados os
possíveis alarmes sonoros, cuja pesquisa pode requerer, se necessário for, uso
de software de análise espectral do som. Por meio do FDR, já no início do
processo, busca-se, após a extração e obtenção das informações gravadas nas
caixas-pretas, a conversão dos dados eletrônicos binários em unidade de
engenharia", explicou o Brigadeiro do Ar Marcelo Moreno.
O que diz a FAB?
Em nota, a Força Aérea Brasileira, por meio do Centro de Investigação e
Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, afirmou que nenhum veículo de imprensa
teve acesso aos áudios, transcrições, tampouco aos dados dos gravadores de voo,
popularmente conhecidos como caixas-pretas (Cockpit Voice Recorder e Flight
Data Recorder) da aeronave de matrícula PS-VPB, envolvida no acidente
aeronáutico em Vinhedo (SP).
"O CENIPA destaca, ainda, que
segue estritamente os protocolos específicos estabelecidos pela Lei nº
7.565/1986 (Código Brasileiro de Aeronáutica – CBA), pelo Decreto nº 9.540/2018
e pelo Anexo 13 à Convenção sobre Aviação Civil Internacional, de 1944", diz.
A FAB também destacou o
"compromisso com a transparência e a seriedade na condução das investigações,
bem como pelo respeito à dor dos familiares das vítimas envolvidas no
acidente".
Correio Braziliense