Novas denúncias foram realizadas nesta quarta-feira (7) contra o médico pediatra Fernando Paredes Cunha Lima, suspeito de abuso sexual contra uma criança de apenas 9 anos. Outras supostas vítimas foram à Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Infância e a Juventude, em João Pessoa, relatar episódios que podem configurar-se em supostos abusos.
O caso
Tudo começou quando a mãe de um criança de 9 anos denunciou o pediatra. "Foi durante uma consulta. Eu conferindo uma receita e me distraí", afirmou à equipe de reportagem da TV Tambaú/SBT. "Durante o exame, que era pra ser concentrado na parte superior, ele fazia cócegas na minha filha mais nova para disfarçar o que acontecia com a mais velha. Quando me levantei, não acreditei que ele estava tocando nas partes da minha filha", completou.
Hoje, uma sobrinha do médico, informou que também foi vítima do tio. Gabriela Cunha Lima disse que o crime aconteceu em 1991, quando ela tinha entre 8 e 9 anos.
"Durante uma passeio na casa de veraneio dele, ele pediu para que eu me aproximasse dele, enquanto ele estava no quarto. Ele pediu para que eu tocasse nas partes íntimas dele e fizesse movimentos. Ele também pediu para que eu baixasse minhas roupas e tocou em mim", confirmou em entrevista à equipe de reportagem da TV Tambaú/SBT.
Ainda segundo Gabriela, foi a primeira e única vez. "Isso porque das outras vezes que ele chamou eu não fui. Era muito complicado pra mim, porque ele encarava como se nada tivesse acontecido. Agora, quando eu soube dessa notícia, tentei saber se o pediatra era ele. E fiz essa denúncia. Sirvo como testemunha porque meu caso prescreveu. Eu queria que uma nova denúncia chegasse, mas ao mesmo tempo torcia para que ele deixasse de fazer isso", finalizou. A denunciante descreve que as irmãs também foram violentadas. "Quando contei eu tinha 11 anos. Eu estava dizendo a minha mãe quando uma irmã escutou e disse que também tinha acontecido com ela".
Denúncias, posicionamentos e ações
O advogado Bruno Girão informou que ao menos cinco vítimas denunciaram o caso. "Estamos aguardando mais vítimas. Peço que todas procurem a delegacia para endossar os relatos", afirmou.
Um documento foi encaminhado ao Conselho Regional de Medicina (CRM), que confirmou ter recebido a denúncia formal do advogado. "A partir deste momento, o CRM-PB abrirá sindicância para apurar o fato, o que normalmente demora 90 dias. O Conselho pretende agir de forma célere para concluir a apuração, já que há um interesse social relevante, dando o amplo direito de defesa ao acusado", diz.
Ontem, na segunda-feira (6), o delegado Cristiano Santana informou que o inquérito foi instaurado no dia 25 de julho, quando aconteceu a primeira denúncia. "Já foram colhidos vários depoimentos e requisitados exames periciais", disse.
Ainda segundo o investigador, diligências foram realizadas e o interrogatório agendado. No entanto, a defesa do médico apresentou um atestado. "Será feito o reagendamento", completou. Ainda segundo Cristiano, o procedimento está "dentro do trâmite regular".
A defesa do médico informou que o inquérito é sigiloso. "Nosso cliente se encontra em João Pessoa e será ouvido perante a autoridade policial", finalizou.
Portal T5