A Juventude do Partido dos Trabalhadores (JPT) divulgou, nesta
terça-feira (25), uma carta de retratação à diretoria da sigla após o grupo se
desentender com a tesouraria petista sobre o orçamento eleitoral. Na mensagem,
a secretária nacional da Juventude do Partido dos Trabalhadores, Nádia Garcia,
afirma que a JPT confia inteiramente nas lideranças internas da legenda e o
protesto feito na tarde desta segunda (24), foi desproporcional.
A diretoria nacional do PT apresentou uma proposta de orçamento
eleitoral às alas internas da legenda, que representam movimentos específicos
do partido. No plano, a verba destinada a estas secretarias seria reduzida de
3% para 1%. O fato desagradou a JPT, que escreveu uma carta à diretoria da
sigla reclamando das dificuldades da transição geracional interna.
A redução da verba foi vista como uma tentativa de interditar a sucessão
interna do partido no longo prazo e, no curto, inviabilizar as candidaturas que
representam os movimentos LGBTIA+, sindical, cultural, da juventude e da
reforma agrária.
A nota de protesto, entretanto, foi mal recebida pela tesoureira do PT,
Gleide Andrade, que viu a mensagem como "arrogante" e "desrespeitosa".
– O recado passado com as repetidas ações da Direção Nacional é o
expresso objetivo de sufocar e impedir a transição geracional interna, de
impedir que emerjam parlamentares pretos/as, LGBTs, ambientalistas, do campo e
das periferias, indígenas e quilombolas – dizia a mensagem, veiculada no grupo
de WhatsApp da Executiva Nacional do PT desta segunda, segundo a Folha de
S.Paulo.
Em resposta, Gleide exigiu um pedido de desculpas pela estratégia da JPT
que, nas palavras dela, adota uma "política de queimação baixa, nojenta,
imunda". Para a tesoureira, as críticas eram descabidas à medida que nenhuma
das secretarias internas apresentou uma contraproposta orçamentária – e
limitou-se a criticar a ideia existente.
Após pressão interna por uma retratação pública, Nádia escreveu uma nova
carta, a qual o Estadão teve acesso, em que dizia que "a Juventude do PT confia
inteiramente na capacidade de formulação, proposição e transição geracional do
Partido dos Trabalhadores, que reflete o número de jovens petistas eleitos nos
últimos anos para o Legislativo e Executivo em todo o país".
No pedido de desculpas, Nádia negou que o Grupo de Trabalho Eleitoral
(GTE) ou a Executiva do PT tenham definido a distribuição definitiva dos
recursos do Fundo Eleitoral deste ano. Ao todo, o PT deve receber cerca de R$
604 milhões dos R$ 4,96 bilhões sancionados pelo presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT).
Nádia também admitiu que o tema só será discutido pela Direção Nacional
da legenda. Na nota, ela afirma confiar no GTE e disse esperar que seu grupo
seja representado na distribuição da verba.
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br/