O presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva admitiu, nesta quinta-feira (20),
que as crĂticas sobre a falta de recursos para universidades e institutos
federais são "justas". Ele voltou a defender o direito de greve dos
trabalhadores, mas se disse "triste" porque "ninguém agradeceu" quando o
governo adiantou a recomposição de 9% do salĂĄrio desses servidores em 2023.
"Se tem um assunto que eu gosto de discutir é greve, porque eu nasci na
greve. Todo e qualquer movimento de trabalhadores tem direito de fazer greve e
reivindicar. O que as pessoas não podem esquecer é o que fizemos e o que foi
oferecido", disse o presidente em entrevista à RĂĄdio Verdinha, de Fortaleza.
"Apresentamos um pacote e demos 9% [de reajuste] antecipado ano passado.
Às vezes fico triste, porque ninguém agradeceu os 9% e estão fazendo greve por
4,5% e a gente não deu nada este ano. Olha, não é porque a gente não deu este
ano que não podemos dar mais no próximo ano. Nosso governo tem apenas 1 ano e 6
meses e passamos por quase oito anos de estagnação neste paĂs", acrescentou o
presidente. "Oferecemos em média entre 28% e 43% de reposição de pessoal".
Lula estĂĄ no CearĂĄ, onde inicia um giro pelo Nordeste para o anĂșncio de obras.
A agenda faz parte da estratégia do presidente num ano de eleições municipais,
para ajudar seus aliados na disputa pelas prefeituras. Antes de viajar ao
Nordeste, Lula esteve com o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes.
Na entrevista, ele também lembrou que R$ 5,5 bilhões do Novo Programa de
Aceleração de Crescimento (PAC) irão para investimentos em universidades e
institutos federais. Segundo o presidente, a verba, anunciada na semana
passada, serĂĄ usada para melhorar a estrutura das instituições de ensino.
"Semana passada anunciamos R$ 5,5 bilhões no PAC para que a gente possa
dotar nossa universidades de condições de funcionalidade. Dinheiro para
construir laboratórios, salas de aula. Porque muitas universidades que comecei
a fazer entre 2006 e 2008 ficaram paralisadas", disse Lula, responsabilizando
os governos Michel Temer e Jair Bolsonaro pela paralisação de obras na
educação.
"É importante as pessoas saberem que voltamos apenas hĂĄ 1 ano e 6 meses.
Depois que saĂmos do poder, em 2014, este paĂs foi governado por aqueles que
deram golpe na Dilma e depois foi governado por 4 anos por uma pessoa que
desgovernou este paĂs", disse.
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br/